
?Os episódios frequentes de aumento da volatilidade de mercado, mesmo que de curta duração, são um lembrete constante de que as condições de mercado favoráveis podem mudar da noite para o dia?, afirmou Werner no texto ?Em transição: Perspectivas para a América Latina e o Caribe?, publicado nesta quarta-feira no site do FMI.
No documento, ele comenta a recuperação dos preços de commodities desde o piso registrado em fevereiro, mas afirma que esses preços ainda devem permanecer baixos no futuro próximo. O movimento é acompanhado por uma interrupção, ou mesmo reversão em alguns casos, aponta, das desvalorizações cambiais em algumas economias da região.
A projeção do FMI agora é de uma expansão da economia de América Latina e Caribe de 1,6% em 2017, 0,1 ponto percentual a mais que em abril. Para 2016, a estimativa é de recessão de 0,41%, desempenho também 0,1 ponto percentual melhor que o esperado anteriormente. Em 2015, a recessão foi de 0,04%.
BRASIL: DESEMPREGO LIMITA DEMANDA
O cenário para o Brasil também melhorou, como observado nas projeções econômicas divulgadas nesta terça-feira. A recessão de 2016 esperada agora é de 3,3%, ante 3,8% no dado de abril. Para 2017, agora o FMI prevê variação de 0,5%, quando antes esperava estagnação.
?Espera-se que a economia atinja o seu ponto mais baixo este ano, com algum crescimento positivo na atividade econômica em 2017, embora o nível elevado de desemprego limite a demanda interna?, apontou Werner.
Segundo ele, o governo de Michel Temer formulou uma estratégia de redução gradual do déficit que busca conter ?as pressões insustentáveis sobre os gastos a médio prazo?. O diretor do FMI ressaltou, no entanto, que o governo agora terá de se concentrar em superar os desafios para a implementação dessa estratégia, após ter sido bem recebida pelo mercado.