Cascavel - A comissão formada por moradores da região central, próxima ao novo Centro Pop marcou uma reunião com o Ministério Púbico (MP) para esta quarta-feira (3) na parte da tarde. O serviço que atende moradores de rua ficava no Bairro Santa Felicidade e, em junho deste ano, mudou para a Rua Santa Catarina e desde então a população tenta reverter a situação.
Diversos protestos foram realizados, mas o Município decidiu manter o serviço neste prédio, alegando ter que cumprir uma determinação do MP de colocar o serviço em local mais acessível aos moradores de rua.
Ignez Tavares Luzzi é moradora da região e comentou que fez um requerimento como cidadã pedindo a reunião para que os moradores possam ser ouvidos. “A resposta que eles nos deram, da metodologia para a implantação do Centro Pop aqui, foi nula, foi explicando apenas a finalidade do Centro Pop e as razões, nada além disso”, disse.
Para a moradora, a expectativa é muito grande para que haja uma solução do MP, já que os moradores também têm os seus direitos. Os moradores acreditam que esta será mais uma tentativa de diálogo para mudar o endereço da unidade. Na época, o Município informou que o imóvel foi a única opção viável e que, em contrapartida, reforçará a segurança na área, mesmo diante, inclusive, de um abaixo-assinado com muitas assinaturas.
Segundo o Município, “se fez necessário encontrar um espaço com dezenas de especificidades, incluindo salas de atendimento, refeitório, banheiros, lavanderia e demais espaços adequados. Como resultado, foi viabilizada a locação do imóvel onde hoje funciona o Centro POP, garantindo a continuidade do atendimento obrigatório”.
A Seaso (Secretaria Municipal de Assistência Social) que mantém o serviço teria realizado estudos técnicos para identificar as áreas com maior concentração de pessoas em situação de rua, em conformidade com as diretrizes do SUS. O apontamento foi feito após a divulgação de um mapa de calor, gerado por um aplicativo específico no qual as equipes de Abordagem Social registram em tempo real e diretamente do local do atendimento as informações sobre as pessoas em situação de rua.
Segurança
A Secretaria de Segurança Pública e Proteção à Comunidade assumiu o compromisso de intensificar as rondas diárias nas proximidades do Centro POP. O serviço oferece serviços de alimentação, higiene e encaminhamentos sociais a pessoas em situação de vulnerabilidade. Segundo a Prefeitura, o local foi escolhido para atender à recomendação do Ministério Público de que a unidade fosse instalada em áreas de maior concentração e trânsito de população em situação de rua, que é a região central da cidade.
O primeiro local que havia sido cogitado era um prédio público onde atualmente funciona o CREAS Sul, próximo à sede da 15ª Subdivisão Policial. Como o imóvel foi construído com recursos do Fundo Municipal e Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, tornou-se necessário solicitar autorização formal ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e ao Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente para sua utilização, que ainda não apresentou seu parecer.
Aluguel
O imóvel que está abrigando o Centro Pop custa R$ 13 mil mensais aos cofres públicos. Ao todo, o contrato firmado com uma imobiliária da cidade é de R$ 468 mil, já que o contrato inicial do imóvel é de pelo menos três anos. A casa ampla tem uma área total de 800 metros quadrados, sendo 227 metros quadrados de área construída.