Cotidiano

Bom preço: Milho safrinha deve aumentar área em 30%

Hoje preço está em R$ 32,50, contra R$ 21 a R$ 23 do ano passado

Cascavel – Ao menos 70% das lavouras a serem cultivadas com o milho safrinha, que de pequena só tem o nome, já estão cultivadas em 28 municípios na regional da Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento) de Cascavel. A estimativa inicial prevê 310 mil hectares destinados à cultura, porém, este número pode e deve mudar a qualquer momento.

Segundo o técnico do Deral (Departamento de Economia Rural), J. J. Pértille, com o preço da saca nas alturas (R$ 32,50) e uma supervalorização de quase 50% se comparada à cotação do ano passado neste mesmo período – que oscilava de R$ 21 a R$ 23 -, a estimativa é que os campos com este cereal aumentem. Há potencial para expansão na regional e beirar os 400 mil hectares somente com este o grão.

“Com a saca cotada a R$ 32,50, é muito provável que isso influencie na decisão de produtores para que aumentem a área a ser cultivada com o milho e mais uma vez o atingido deve ser o trigo. As áreas deste cereal podem diminuir ainda mais”, reconhece.

Como o Deral ainda não fez um levantamento definitivo sobre a safrinha, os números ainda são uma incógnita; Mas considerando os 310 mil hectares a serem cultivados até o dia 22 deste mês, conforme indica o zoneamento, a estimativa de produção é de 2.015 milhões de toneladas na regional.

Rendimentos de milho e soja

Nunca plantar milho foi um negócio tão bom. Com cotação histórica de R$ 32,50, a valorização do produto é de quase 50% se comparada ao mesmo período do ano passado. E por quê? A resposta está nos baixos estoques brasileiros e mundiais. A necessidade do produto é tanta dentro e fora do Brasil que o preço não para de subir. O cereal é uma das principais matérias-primas para a produção de alimento para, principalmente, aves e suínos.

O custo médio de produção gira em torno de 45%, mas considerando um faturamento bruto de R$ 17 mil por alqueire, deduzidos os custos, mesmo assim deve ir para o bolso do produtor algo em torno de R$ 9 mil.

Quanto à soja, o custo médio para o cultivo de um alqueire é de 30%. Se a colheita render aproximadamente R$ 10 mil por alqueire, o sojicultor vai faturar no fim disso tudo R$ 7 mil.

“Se comparar as duas culturas neste momento, financeiramente é mais vantajoso plantar milho. Mas vale lembrar que chegamos a valores recordes, nunca vistos antes quanto à cotação deste cereal”, lembra o técnico do Deral J. J. Pértille.

Colheita

E voltando à soja, ao menos 56% das lavouras na regional da Seab de Cascavel já foram colhidas. Os produtores aproveitaram os dias de sol para colocar as máquinas no campo. Em 28 municípios foram cultivados 560.727 hectares.

O Deral não aposta em grandes perdas, por isso a estimativa de produtividade e de produção permanecem as mesmas, 3,5 mil quilos por hectare e 2.093 milhões de toneladas, respectivamente. A saca da oleaginosa estava cotada ontem a R$ 68,50. A colheita se intensifica nos próximos dias e a torcida no campo é para que não chova, tendo em vista que todos os grãos devem ser removidos do campo até o dia 10 de março.