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Água inspira cuidados, mas não aterroriza remadores estrangeiros no Rio

13918433_1425205747494711_1013127548_o.jpgRIO – A poluição nas águas do Rio de Janeiro serve de alerta, mas até o momento não causa medidas drásticas por parte de remadores estrangeiros que participarão da Olimpíada de 2016. Antes dos Jogos, por exemplo, a equipe de remo dos EUA chegou a falar em usar uma roupa com proteção antimicróbios para treinar na Lagoa Rodrigo de Freitas. O australiano James McRae, da categoria Four Skiff, garantiu na manhã desta terça-feira não ter visto nada nesse nível em outras delegações, tampouco entre os atletas da Austrália. Remo na Lagoa – 30.07

? Até agora não percebi ninguém tomando medidas como essa. Tomamos algumas precauções básicas, como evitar que nossas garrafas tenham contato com a água da Lagoa, mas nada além disso ? afirmou McRae

Além de protegerem suas garrafas d’água com envoltórios de plástico, a equipe de remo da Austrália tem à disposição enxaguantes bucais, para serem usados pelos atletas assim que encerram seu treino e saem da Lagoa. McRae, porém, mostrou leveza quando perguntado sobre seu nível de preocupação com a poluição no local:

? Estamos conscientes de que há algumas questões. Bem, eu não beberia a água ? declarou, com um sorriso.

Em entrevista coletiva na segunda-feira, o neozelandês Eric Murray, da categoria Dois-Sem Timoneiro, confirmou que os remadores do país estão fazendo “tudo humanamente possível para não ficar doentes” antes dos Jogos, mas apontou alguns indícios de que a qualidade da água não está em níveis tão preocupantes para os atletas.

? Há muitos peixes, então acredito que esteja saudável. Recebemos protocolos de sanitarização e tentamos não ter muito contato com a água, mas até agora está tudo bem ? avaliou Murray.

Os últimos balanços da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMAC) do Rio apontam que toda a Lagoa está própria para contato secundário, isto é, atividades que exigem apenas contato esporádico ou acidental com a água, como o remo.

REMADORES NA PRAIA

A poluição não é um alerta para estrangeiros apenas nos locais de competição. Embora o último boletim do Instituto Estadual do Ambiente (Inea-RJ), do dia 27 de julho, aponte toda a orla entre Leme e Leblon como própria para banho, à exceção da Praia do Arpoador, há quem perceba diferente. Na segunda-feira, a bióloga Valerie Harwood, da Universidade da Flórida (EUA), recomendou aos turistas estrangeiros que “não coloquem a cabeça debaixo d’água”.

As declarações foram dadas à agência de notícias “Associated Press”, que conduziu pesquisas de qualidade da água e afirmou ter encontrado índices elevados de poluição em praias como Ipanema e Copacabana, bastante procuradas por turistas.

A equipe de Quatro-Sem Timoneiro da Austrália, no entanto, está longe de mostrar preocupação com as praias cariocas. Pelo contrário: com o planejamento de passar uma semana a lazer no Rio após as competições de remo, que terminam em 13 de agosto, os planos dos remadores passam por praias da Zona Sul do Rio, onde estão hospedados.

? Não ficamos na Vila dos Atletas, estamos aproveitando nossas acomodações em Ipanema e observando os locais. Já caminhamos pela praia, assistimos a uma partida de futevôlei. As pessoas são muito habilidosas, acho que teríamos alguns problemas para jogar isso ? afirmou o remador Josh Dunkley-Smith.

? É uma cidade muito bonita, muito excitante. No momento estamos focados na preparação, mas depois certamente vamos conhecer a praia de Copacabana ? completou seu colega de time Josh Booth.