Cotidiano

Rosangela Moro diz que não queria sigilo em processo de Lula contra o marido

SÃO PAULO ? A advogada Rosangela Moro, que defende o marido Sérgio Moro na ação movida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por abuso de autoridade, afirmou em entrevista que preferia que o processo não estivesse sob segredo de justiça.

? Eu declinei ao tribunal do segredo de justiça. Ao cliente não interessa o segredo, mas o tribunal acabou decidindo (pelo segredo) ? disse, em entrevista à ?GloboNews?.

Rosangela Moro tem um escritório próprio de advocacia e é especializada em direito tributário. A advogada atua na defesa de entidades sociais, como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). Ela assumiu o processo do juiz a pedido do próprio magistrado. Ela defende o marido após queixa-crime proposta por Lula, que acusam Sérgio Moro de abuso de autoridade em casos como a condução coercitiva do ex-presidente e da divulgação da interceptação de ligações telefônicas realizadas pelo petista.

Durante a entrevista, a advogada diz que sua especialização em direito tributário ocorreu devido às mudanças de cidade no início da carreira do marido. Antes de assumir a 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná, Moro foi juiz em Cascavel, no Paraná, e em Joinville, em Santa Catarina. Segundo Rosangela, ela não conseguiu colocação no mercado em Joinville, quando estava grávida, o que a levou a buscar uma especialização.

? Comigo particularmente aconteceu discriminação em relação à gravidez, da maternidade. Bati nos escritórios mas só levei não. E depois de ter tido filho também só levei não ? disse Rosangela Moro, que afirmou que chegou a escutar que a prática da advocacia, com sua rotina de viagens, seria incompatível com quem tem filhos pequenos.

Durante a entrevista, Rosangela Moro elencou três mulheres como referências. As presidentes do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, Carmen Lucia e Laurita Vaz, respectivamente, e a secretaria de Direitos Humanos da Presidência, Flavia Piovesan. No Dia Internacional da Mulher, a advogada disse considerar as pautas do movimento feministas como justas.

? Precisamos de direitos iguais. Nada justifica o mesmo trabalho ser remunerado em relação ao gênero de uma maneira melhor para o homem ? disse.