O momento do Vasco é desalentador para a torcida. Alguns reforços rendem pouco, outros se apresentam fora de forma, o time não dá sinais de se formar e a mais recente cartada, Manga Escobar, estreou protagonizando uma cena bizarra em São Januário. Pode-se discutir se houve falta de Kanu, que levou a mão ao peito do jogador vascaíno quando este, pouco depois de entrar, tentava sair jogando. Duro é entender por que o colombiano resolveu agarrar a bola na própria área.
O pênalti só não derrotou o Vasco porque Nenê, tradicional solucionador de problemas do time, mesmo distante de sua melhor forma técnica, sofreu outro pênalti, que ele próprio converteu, nos acréscimos: 1 a 1 no jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil. Em Salvador, na próxima quinta-feira, o Vasco terá que ganhar ou empatar por dois ou mais gols.
Mas a péssima atuação do Vasco teve mais do que o erro de Manga. No primeiro tempo, uma só finalização na direção do gol, em cabeçada de Thalles após boa jogada de Nenê. Pela esquerda ou fechando pelo meio, Escudero, que substituiu Wagner após o titular ser vetado no aquecimento, não dava sequência aos lances. Com Kelvin, o Vasco era um pouco mais perigoso pela direita.
O cenário poderia ter melhorado com a expulsão de Euller, que fez menção de calçar Kelvin, embora o atacante do Vasco tenha se atirado e dado a sensação de uma falta duríssima. Não chegou a ser atingido, mas iludiu o árbitro. Justiça seja feita, embora a expulsão possa ser discutida, o time baiano abusava das faltas.
Era natural que o Vasco fosse mais presente no ataque no segundo tempo, com um homem a mais. Mas faltava precisão, como no lance em que Kelvin furou na área e Thalles chutou longe do travessão. As boas sensações da volta do intervalo durariam pouco.
Cristóvão lançou Manga Escobar e, antes que se soubesse se o reforço é bom ou não, veio o lance do pênalti, cobrado por Patric. Nervoso, o Vasco se enrolou ainda mais no jogo, perdeu o senso coletivo e quase não tirou proveito da vantagem numérica. Ainda assim, uma cabeçada de Nenê acertou o travessão. No fim, o próprio Nenê empatou, aos 47.
Manga errou infantilmente, o elenco é formado com pouco dinheiro e a temporada em andamento, mas toda a pressão é sobre Cristóvão Borges: ontem, a torcida pediu sua saída após um mês de temporada.
VASCO 1 X 1 VITÓRIA
Estádio: São Januário, no Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Elmo Alves Resende Cunha (GO)
Auxiliares: Fabricio Vilarinho da Silva (GO) e Leone Carvalho Rocha (GO)
Renda/público: R$ 327.025,00/9.266 pagantes
Cartões amarelos: Gilberto (VAS) e Willian Farias, Euller, Paulinho, Geferson, Kanu (VIT)
Cartão vermelho: Euller 46’/1ºT (VIT)
GOLS: Patric 23’/2ºT (0-1) e Nenê 47’/2ºT (1-1)
VASCO: Martin Silva, Gilberto, Rafael Marques (Jomar 15’/2ºT), Rodrigo e Henrique; Jean e Douglas; Escudero (Manga 15’/2ºT), Nenê e Kelvin (Muriqui 39’/2ºT); Thalles. Técnico: Cristovão Borges.
VITÓRIA: Fernando Miguel, Zé Welison, Kanu, Alan Costa e Euller; Willian Farias, Patric, Gabriel Xavier (Bruno Ramires 29’/2ºT) e Cleiton Xavier (David 8’/2ºT); Paulinho (Geferson intervalo) e Kieza. Técnico: Argel Fucks.