Cotidiano

Órgão eleitoral diz que autenticará neste mês assinaturas contra Maduro

CARACAS ? O reitor do órgão eleitoral venezuelano anunciou que autenticará entre os dias 20 e 24 de junho as assinaturas recolhidas para convocar um referendo revogatório contra Nicolás Maduro. A definição de uma data já vinha sendo aguardada com o aumento da tensão política na última semana. A oposição vem guiando uma série de protestos guiados pela oposição em favor da agilização do processo que pode encurtar o mandato do presidente.

A oposição acusa o governo de tentar atrasar o processo revogatório. Se o referendo for feito este ano e o presidente Nicolás Maduro perder, uma nova eleição presidencial deverá ocorrer. Mas se a votação ficar para o próximo ano e Maduro perder, o vice-presidente assume.

?De 20 de junho até 24 de junho seria a data da fase de validação?, disse o reitor do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) a jornalistas em Caracas.

Rondón indicou ainda que mais de 1,3 milhão de pessoas teriam que autenticar suas assinaturas neste período. O objetivo é que autoridades eleitorais confirmem a autenticidade das assinaturas recolhidas pela oposição.

Novos detalhes sobre os procedimentos deverão ser oferecidos ainda nesta sexta-feira, segundo o reitor. Mais de 1,8 milhão de assinaturas foram entregues pela coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) no último dia 02 de maio.

A quantidade de assinaturas obtidas supera surpreendentemente as 200 mil assinaturas exigidas pelo CNE. O secretário-executivo da MUD, Jesús Torrealba, estipulou que um período de campanha eleitoral será iniciado entre agosto e setembro ? após uma nova coleta de assinaturas, que deverá obter 20% do número já recolhido em maio.

? E em outubro poderemos fazer o referendo revogatório ? estimou Torrealba, segundo o ?El Universal?.

Atualmente, a Venezuela vive uma grave crise econômica e política. Enquanto a oposição tem convocado manifestações recorrentes em uma campanha para tirar Maduro do poder, a população enfrenta longas filas diárias para conseguir os produtos básicos à sobrevivência. Além disso, o país tem a inflação mais alta do mundo, que pode chegar a 700% em 2016, segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI).