Cotidiano

Analista do Planejamento diz que ?pedaladas? são assunto da Fazenda

chatackBRASÍLIA ? Depois de dez horas de reunião nesta sexta-feira, a comissão especial do impeachment concluiu os depoimentos de cinco testemunhas de defesa da presidente afastada Dilma Rousseff. Os dois últimos depoimentos foram rápidos, por serem de técnicos do Ministério do Planejamento. A comissão retoma a oitiva de testemunhas no próximo dia 20. O depoimento mais importante nesta sexta-feira foi do ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa.

Ao final, senadores trocaram farpas, lendo notícias sobre denúncias envolvendo os partidos, tanto de aliados como da oposição.

? Nós vamos pagar pelos erros, mas vocês vão pagar muito pelos erros também! ? reagiu a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).

O analista do planejamento e orçamento do ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Antonio José Chatack Carmelo, disse que não poderia falar sobre as chamadas “pedaladas fiscais”, porque esse é um assunto do Ministério da Fazenda e não do Planejamento.

Ele reiterou ainda os argumentos técnicos de que os créditos orçamentários abertos pelos decretos presidenciais não afetaram a meta fiscal.

? Sou servidor do Ministério do Planejamento e, por isso, não posso me manifestar sobre a questão das pedaladas. Esse assunto exclusivo do Ministério da Fazenda. Quanto aos créditos, as alterações das ações do orçamento não impactam a meta, o que impacta é a execução dessas ações, ou seja, o efetivo pagamento, quando ele ocorre ? disse Carmelo.

Já o analista de planejamento e orçamento da secretaria de Orçamento Federal (SOF) e gerente de projeto do departamento de Programas Especiais, Georgimar Martiniano de Sousa, repetiu várias vezes que não poderia falar de meta fiscal porque essa não era sua área.

Os aliados da presidente afastada Dilma Rousseff disseram que os ofícios enviados pelo Banco do Brasil mostram que não houve irregularidade no Plano Safra e que a petista não assinou documentos. Em ofícios, do dia 13, o Banco do Brasil informa que não houve irregularidades nos subsídios dados ao Plano Safra e que não foram operações de crédito, como sustenta a acusação e o próprio Tribunal de Contas da União (TCU).

? Isso mostra que a presidente não assinou nada e que isso aqui é sim golpe ? disse a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).

No final da sessão, até mesmo a advogada Janaína Conceição Paschoal não estava presente. O ex-ministro José Eduardo Cardozo saiu bem antes.