BRASÍLIA – Os secretários de Fazenda dos estados se reúnem na manhã desta segunda-feira, na residência oficial do Governo do Distrito Federal, com a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, para chegar às linhas gerais de um acordo de renegociação das dívidas com a União. Em paralelo, 14 governadores e quatro vices também tentam chegar a um consenso da pauta dos estados. A agenda dos governos regionais em Brasília será extensa: à tarde, os chefes dos Executivos estaduais se reúnem com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e, depois, com o presidente interino, Michel Temer.
O governador em exercício do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, chega à Brasília à tarde e só deve participar do encontro com Temer. A equipe econômica vai oferecer aos estados uma carência de 10 meses para o pagamento das parcelas, uma vez que os governos regionais já sinalizaram que não estão dispostos a aceitar a proposta feita pela Fazenda há 10 dias, de um desconto inicial de 100% que seria diminuído gradativamente em 18 meses. O prazo deve funcionar como um meio termo para o que pedem os estados. Eles querem uma carência de 24 meses, mas sabem que é improvável que o governo aceite um período tão longo.
Está na pauta ainda o pedido dos governos locais por contrapartidas menos duras do que as estabelecidas pelo ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa no projeto que está paralisado no Congresso Nacional.
A reunião deve ser marcada por uma pressão adicional dos estados, sobretudo os mais endividados, como Rio Grande do Sul e Minas Gerais, por um socorro extra, nos moldes do que deve ser dado ao Rio de Janeiro. O governo fluminense deve receber um empréstimo de R$ 2,9 bilhões após ter decretado calamidade pública na última sexta-feira por causa da crise financeira.