MANILA ? O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, apresentou nesta domingo ?profundas? desculpas à comunidade judaica, e tentou explicar suas declarações, dizendo que as referências ao Holocausto foram feitas em meio a discussão com críticos, que o relacionaram a Adolf Hitler por causa das mais de 3 mil mortes provocadas pela sua guerra às drogas em menos de quatro meses.
? Eu gostaria de dizer, aqui e agora, que nunca houve intenção da minha parte de depreciar a memória dos 6 milhões de judeus assassinados ? disse Duterte, em declaração transmitida ao vivo pela TV local.
Na sexta-feira, o presidente filipino comparou sua política de guerra às drogas com o Holocausto. ?Hitler massacrou três milhões de judeus. Há três milhões de viciados em drogas. Eu ficaria feliz em massacrá-los?, disse, na ocasião. A declaração causou desconforto internacional, inclusive entre aliados, como os EUA. No sábado, o governo de Israel condenou a fala de Duterte.
? Eu me desculpo profundamente com a comunidade judaica ? disse Duterte, neste domingo. ? Isso nunca foi minha intenção, mas o problema é que eu estava sendo criticado, usando o Hitler comparado a mim.
Desde que Duterte assumiu o poder, em julho, mais de 3.100 pessoas foram assassinadas no país por causa da política violenta de combate às drogas, lema de sua campanha eleitoral. De acordo com a polícia, a maioria das mortos é de usuários e traficantes, alguns em trocas de tiros com a polícia e outros, pela atuação de milícias armadas conhecidas como ?vigilantes?.