Curitiba Um grupo de servidores públicos estaduais esteve ontem na Assembleia Legislativa para firmar posição contra o projeto encaminhado na segunda-feira pelo Palácio Iguaçu e que suspende o reajuste do funcionalismo por tempo indeterminado.
APP e outros sindicatos já manifestaram a disposição de recorrer à Justiça e até convocar assembleias para deliberar sobre uma nova greve caso seja mantida a proposta de só quitar a data-base depois de implantadas e pagas todas as promoções e progressões devidas.
O pagamento de R$ 346 milhões em promoções e progressões de 17 carreiras está atrasado. Além disso, o acordo que pôs fim à greve dos servidores no ano passado prevê que o governo teria que pagar, em janeiro de 2017, a reposição salarial relativa à inflação de janeiro a dezembro de 2016, estimada em 7%.
CULPA DA CRISE
O chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, também se posicionou ontem sobre o tema atribuindo a proposta à crise econômica que atinge o País e afeta as receitas do setor público. Ele alegou que o acordo fechado em junho de 2015 foi feito a partir de uma previsão de crescimento da economia brasileira de 3% ao ano, o que não se confirmou. Também negou que a decisão de priorizar as promoções e progressões, ao invés do reajuste, seja um calote. Calote seria se nós colocássemos no orçamento algo que não poderíamos cumprir, afirmou.
O secretário lembrou ainda que outros estados não estão concedendo reajustes, e alguns, como Rio Grande do Sul e Minas Gerais, estão parcelando o pagamento de salários. Vinte estados não deram reajustes para seus servidores nos últimos três anos, argumentou.
CIRURGIAS ELETIVAS
A sessão de ontem da Assembleia também contou com a presença do secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, que falou aos deputados sobre as ações do governo paranaense na área da saúde. Segundo ele, no período de um ano 45 mil procedimentos foram realizados em todo o Estado por meio do Mutirão Paranaense de Cirurgias Eletivas. Esse esforço concentrado foi prorrogado até dezembro para a realização de outras 16 mil cirurgias.