Cotidiano

Opep tenta fortalecer acordo global para limitar produção de petróleo

TURKEY-OPEC-ENERGY-OIL-POLITICS-RUSSIA-QATAR-NIGERIAISTAMBUL ? A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) procurou nesta quarta-feira fortalecer seu plano de limitar a produção global de petróleo, dizendo que vai estender convites a mais produtores não membros, após ter conversas informais com a Rússia e com o México em Istambul. Representantes da Opep e dos países não membros vão realizar uma reunião técnica, entre 28 e 29 de outubro, em Viena, para continuar a discutir um caminho para um acordo, disse a repórteres o ministro da Energia do Qatar, Mohammed al-Sada, após a reunião nos bastidores do Congresso Mundial de Energia, em Istambul. Não ficou claro quais outros países poderiam se juntar à iniciativa.

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Números específicos sobre produção não foram discutidos durante a reunião desta quarta-feira. Entretanto, mais detalhes provavelmente serão discutidos na reunião técnica em Viena, disse o ministro da Energia russo, Alexander Novak. Já o presidente russo, Vladimir Putin, disse que não vê obstáculos para um acordo global sobre o congelamento de produção de petróleo.

No mês passado, os países da Opep concordaram com um limite de produção de 32,50 milhões a 33 milhões de barris por dia (bpd). A Opep produziu no mês passado 33,39 milhões de bpd.

Ao mesmo tempo, algumas das maiores empresas mundiais de comercialização da commodity afirmaram nesta semana que o acordo da Opep para reduzir a produção de petróleo não deve resultar em uma redução substancial nos suprimentos, o que significa que é improvável que o mercado se reequilibre antes de transcorrida boa parte de 2017.

O preço do petróleo cru se estabilizou em torno dos US$ 50 por barril desde que a Opep firmou o acordo no dia 28 de setembro. Mas o aumento da produção na Líbia e na Nigéria, membros do grupo, vem lançando dúvidas sobre a eficácia do pacto.

“Está claro que eles colocaram um piso no mercado”, disse o diretor-presidente da Gunvor, Torbjorn Tornqvist, durante a Reuters Commodities Summit. “Mas não acho que eles possam fazer nenhum corte substancial. Há fatores incertos demais envolvidos. Estes dois países podem acabar com qualquer outro acordo que tenha sido acertado”.

Nenhuma redução combinada irá afetar os suprimentos existentes até o ano que vem, afirmou Tornqvist, porque a reunião da Opep em Viena, no dia 30 de novembro, para determinar a política de suprimento irá ocorrer tarde demais para ajustar as datas de carregamento de estoque antes de 2017.

“Realisticamente falando, eles não podem fazer nada até janeiro. Teremos bastante petróleo no mercado até então. Não tenho grandes expectativas de preços de petróleo mais altos de forma duradoura, certamente não no médio prazo”, disse Tornqvist.