Cascavel – Os produtores de feijão da regional de Cascavel estão preocupados e com razão. O excesso de umidade neste mês, quando as lavouras caminham para a reta final do ciclo, está prejudicando plantações inteiras e o cultivo que já é pequeno, pode se tornar insignificante.
No ano passado, neste mesmo período, haviam sido cultivados nos 28 municípios cobertos pela regional da Seab (Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento) de Cascavel, oito mil hectares, e neste ano são apenas 2,3 mil hectares, uma retração de área de 71%.
Segundo o técnico do Deral (Departamento de Economia Rural), J. J. Pertille, a situação é preocupante, uma vez que há previsão de muita chuva para os próximos dias, além dos 204,2 milímetros registrados em novembro.
E se chove muito e depois abre um pouco o sol, esta é a condição ideal para o surgimento de doenças e que dificilmente são controladas. É assim que o clima tem se comportado nestes últimos dias, reforça.
A maior parte das lavouras, que começam a ser colhidas em 20 de dezembro, portanto em menos de um mês, está em fase de floração, de frutificação e de desenvolvimento vegetativo.
Que as perdas ocorrerão, isso não há mais dúvidas, mas somente depois da colheita é que se poderá medir o tamanho do estrago.
Isso significa que o produto indispensável à mesa do brasileiro está com o preço comprometido na região Oeste.
Como plantamos pouco, teremos que trazer o produto de fora e isso com certeza vai encarecer o grão, reconhece Pertille.
A redução de área tem explicação e está pautada na rentabilidade. Muitos produtores de feijão abandonaram a cultura para ampliar o plantio da soja, o mesmo que ocorreu com as lavouras de milho em todo o Oeste.
(Com informações de Juliet Manfrin)