
Paraná - No Paraná, os homens são maioria em quase todas as causas de óbito, com destaque para as faixas etárias até os 80 anos. Em 2025, dos 15.656 óbitos, 66% foram de homens. A maioria das mortes masculinas é atribuída a doenças circulatórias e digestivas, doenças infecciosas, e causas externas, como homicídios, acidentes, quedas e afogamentos.
Um dos principais fatores para essa disparidade é o atendimento médico tardio. “Os homens tendem a procurar o sistema de saúde apenas em situações extremas, o que aumenta o risco de complicações e de morte precoce”, alerta o secretário estadual de Saúde, Beto Preto. A resistência dos homens em procurar cuidados preventivos está diretamente ligada à cultura da invulnerabilidade, algo que a campanha Novembro Azul busca combater.
Estudos do Ministério da Saúde apontam que os homens têm 40% a 50% mais risco de morte por doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como doenças cardiovasculares, respiratórias crônicas, câncer e diabetes. Esses números são influenciados por hábitos inadequados, como falta de prevenção, e resistência cultural à busca de ajuda médica.
O Governo do Paraná, por meio da Sesa, realiza ações contínuas de promoção da saúde do homem masculina, incluindo a capacitação de profissionais de saúde, como o curso de setembro de 2025 sobre saúde do homem em contexto de violência. A Sesa também reforça a importância de hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, atividade física, abandono do tabagismo, redução do consumo de álcool, e vacinação regular.
Além disso, o Estado disponibiliza exames periódicos e testes rápidos para ISTs em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). Os homens também têm acesso a Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e programas de reabilitação e bem-estar físico e mental.
Busca tardia por cuidados e a saúde do homem
Apesar das opções de atendimento, apenas 28% dos atendimentos individuais realizados de janeiro a setembro de 2025, na faixa etária de 20 a 59 anos, foram de homens. Essa baixa procura resulta em internações por doenças evitáveis, com os homens representando 72,7% das internações por doenças imunopreveníveis e 53,3% por pneumonias bacterianas.
Um exemplo é o câncer bucal, que é 3,6 vezes mais comum entre homens no Paraná. Em média, são registrados 920 casos anuais, sendo 720 entre homens e 200 entre mulheres, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Entre os principais atendimentos masculinos no Paraná, de janeiro a setembro de 2025, destacam-se: 1 milhão por hipertensão arterial, 560 mil por diabetes, 442 mil em saúde mental, 109 mil para tabagismo, e 47 mil para alcoolismo.
Foto: Agência Brasil