Cotidiano

Ministro do Planejamento admite impacto de operação Carne Fraca sobre o PIB

SAO PAULO – O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, admitiu nesta sexta-feira que a Operação Carne Fraca, deflagrada na semana passada, deve impactar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Segundo ele, o Ministério da Agricultura já está avaliando quais os efeitos reais dos embargos impostos por vários países importadores de carne na atividade do segmento.

? É evidente que isso (Carne Fraca) terá algum impacto, mas não há números para estimar. É preciso esperar. Mas, sim, haverá impacto nas exportações e, por consequência, no crescimento também ? disse ao jornalistas após participar de reunião com empresários na sede na Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib), em São Paulo.

Oliveira também falou sobre os debates que estão ocorrendo no governo federal acerca do aumento de impostos. Ele evitou dizer quais tributos devem subir, afirmou que a volta da CPMF não foi discutida e salientou que o problema orçamentário é “mais uma questão de receita que de despesa”.

Ele reforçou que a deficiência de recursos para cobrir as contas públicas apurado nesta semana é maior que o inicialmente previsto e chega a R$ 58 bilhões, sem contar o déficit de R$ 139 bilhões.

? Temos um problema fiscal e precisamos recompor receitas. Vamos fazer corte de gastos, mas não dá para cortar R$ 58 bilhões ? comentou, para completar: ? O Orçamento deste amo já nasceu contido e restritivo. Além disso, o Orçamento sofre de um problema de engessamento, só 10% pode ser contido.

Segundo o ministro, 55% do Orçamento é destinado para o pagamento de aposentadoria e benefícios previdenciário. Com esse gancho, ele aproveitou para sair em defesa da reforma da Previdência proposta pelo governo de Michel Temer. Perguntado sobre o motivo da retirada dos servidores públicos estaduais e municipais da proposta, Oliveira disse que a manobra “se justifica porque retira uma grande pressão política para a aprovação das mudanças”. Além disso, ele afirmou que como o benefício desses funcionários são pagos pelos estados ou municípios, “nao muda nada” e que “a reforma que está lá resolveria o défiti em nível federal”.

? O importante neste momento é ter a maior viabilidade de aprovação ? frisou.

Para Oliveira, a aprovação das mudanças na Previdência e de outras reformas poderão fazer o país crescer mais que os 0, 5% previstos pelo governo.