SÃO PAULO – O governo do México informou nesta quinta-feira que abriu uma investigação sobre os subornos pagos pela construtora Odebrecht no país. Segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ), a empreiteira pagou US$ 10,5 milhões (R$ 34,3 milhões) a políticos e funcionários públicos entre 2010 e 2014 em troca de contratos.
A investigação ficará a cargo do Ministério da Função Pública e da Petróleos Mexicanos (Pemex). Em nota, o governo informou que vai fazer uma ?revisão de toda a informação disponível, a fim de trabalhar de maneira conjunta todos os apontamentos?. O governo afirmou, ainda, que ?referenda seu compromisso com a efetiva investigação de atos contra os princípios éticos.?
O relatório do DoJ afirma que a Odebrecht pagou US$ 6 milhões (R$ 19,4 milhões) para o diretor de uma estatal mexicana, provavelmente a Pemex, para ajudar a empresa a obter um contrato. O relatório dos investigadores americanos não cita a obra a qual a propina estaria relacionada. Em julho de 2014, a Odebrecht venceu o edital para construir um gasoduto de US$ 1 bilhão (R$ 3,3 bilhões) no país da América Central junto com outras duas empresas.
A assinatura do acordo em que a Odebrecht confirma ter pago propina para políticos e gestores de 12 países provocou reações na América Latina nos últimos dias. O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski afirmou que a Procuradoria do país precisa investigar o caso e intimar os funcionários da Odebrecht a prestarem depoimento sobre o pagamento de US$ 28 milhões (R$ 93 milhões) de suborno ao Peru.
O presidente colombiano, José Manuel Santos, também pediu que a Procuradoria solicite informações para o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. O ex-presidente Alvaro Uribe, que comandou a Colômbia na época em que teriam ocorrido o pagamento de US$ 11 milhões (R$ 36 milhões), também pediu investigações.
No Equador, o secretário jurídico da Presidência da República, Alexis Mera, também disse que o caso será investigado e lembrou que, em 2008, a Odebrecht foi expulsa do país acusada de corrupção em uma obra hidrelétrica. O suborno da construtora a autoridades equatorianas atingiu US$ 33 milhões (R$ 110).