SÃO PAULO – O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, disse neste domingo, em visita ao autódromo de Interlagos, para o Grande Prêmio Brasil, que vai se reunir na quarta-feira com o prefeito eleito João Doria para discutir os rumos do autódromo. Durante a campanha e em conversas reservadas, Doria vem dizendo que pretende privatizar o circuito, em virtude do custo elevado para os cofres públicos.
– Dependendo do que ele pretende para Interlagos, talvez não valha a pena concluir as obras que estamos fazendo. Ou, dependendo de como ele entender, vamos concluí-las antes de tomar qualquer outra decisão a respeito desse equipamento – disse Haddad.
Foram investidos na reforma do autódromo até agora R$ 120 milhões de um projeto que tem custo total de R$ 160 milhões. Planejada inicialmente para duas etapas, foi desdobrada em três. A terceira parte, que consiste na reforma dos boxes e na cobertura do Paddock, seria entregue até o GP de 2017.
– A ideia inicial é transformar aqui em um parque multiuso, com realização de eventos que extrapolam o uso da pista para eventos de automobilismo – disse Roberto Garibe, secretário de Infraestrutura Urbana e Obras do município, que fez parte da comitiva do prefeito.
O dinheiro das reformas é proveniente do Programa de Aceleração do Crescimento Turismo, do governo federal.
– O convênio com o governo federal está assinado. Tá atrasando o reembolso, mas a entrega (da verba) está prevista – disse Haddad.
O contrato para a realização do GP Brasil em Interlagos está assinado até 2020, com uma multa se houver quebra. A Federação Internacional de Automobilismo colocou em dúvida a realização de três grandes prêmios no próximo ano, entre os quais o do Brasil, da Alemanha (Hockenhein) e Canadá (Gilles Villeneuve). Segundo fontes do GP brasileiro, o custo para a realização da corrida gira em torno de R$ 30 milhões.