SÃO PAULO – Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediram oficialmente nesta quarta-feira para acompanhar a sindicância do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) contra a reumatologista Gabriela Munhoz, de 31 anos. A médica é acusada de compartilhar informações sigilosas do quadro clínico da ex-primeira-dama Marisa Leticia Lula da Silva, que morreu no último dia 3, em um grupo de whatsapp.
O Código de Ética dos médicos proíbe a divulgação de informações de pacientes, segundo o Cremesp. Se for aceito, o pedido feito pelo escritório dos advogados Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira permite que os defensores de Lula acompanhem depoimentos e eventuais diligências feitas pelo Cremesp para elucidar o caso. Os advogados também estudam que medidas criminais podem tomar contra Gabriela e outros médicos que fizeram comentários ofensivos e jocosos em mensagens de whatsapp.
A mensagem foi compartilhada por Gabriela em um grupo de whatsapp de formandos em Medicina de 2009 na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, e se espalhou. O texto falava sobre o tipo de acidente vascular cerebral (AVC) sofrido por dona Marisa. Alguns médicos postaram mensagens de ódio, como o neurocirurgião Richam Faissal Ellakkis, que escreveu: ?Esses fdp vão embolizar ainda por cima?.
Gabriela foi demitida do Hospital Sírio-Libanês depois que o caso veio à público. A instituição fez um pedido de desculpas formal à família do ex-presidente Lula.