Política

Enquanto Cascavel quer privatizar, Foz do Iguaçu quer federalizar hospital

Segundo a Secretaria de Planejamento, deverá ser elaborado um novo edital e publicado um novo processo licitatório
Segundo a Secretaria de Planejamento, deverá ser elaborado um novo edital e publicado um novo processo licitatório

No mês passado a Câmara de Cascavel aprovou a concessão onerosa do HR (Hospital de Retaguarda) para a iniciativa privada. De acordo com o texto aprovado pelos vereadores, apesar da concessão, 100% dos atendimentos serão realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde). De acordo com a Prefeitura de Cascavel, o objetivo de repassar a gestão do Hospital de Retaguarda para a iniciativa privada é para direcionar melhor os recursos municipais destinados à área da saúde básica, responsabilidade do Município.

Segundo o Município, o custo mensal do hospital gira em torno de R$ 2,2 a R$ 2,5 milhões e apenas o custo de internação dos 10 leitos da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) é pago pelo o Ministério da Saúde, cerca de R$ 350 mil mensais, já o restante que são os valores dos 50 leitos de enfermaria acaba sendo custeado pelo Município, por outro lado, os leitos são administrados pela a Central de Leitos do Estado.

Além disso, apesar do custeio do Hospital de Retaguarda ser de responsabilidade do município de Cascavel, a unidade recebe moradores de outras cidades.

Foz do Iguaçu

Enquanto Cascavel aprovou a concessão do Hospital de Retaguarda, a vizinha Foz do Iguaçu discute a federalização do Hospital Municipal Padre Germano Lauck. Na sexta-feira (4), a Câmara de Foz do Iguaçu realiza audiência pública para discutir o tema. O requerimento para a audiência foi apresentado pela vereadora Anice Gazzaoui (PL) e busca discutir a transformação da unidade em hospital universitário, vinculado a Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana).

“Esse tema é de suma importância por se tratar de um dos maiores hospitais da região e devido à alta demanda de atendimento hospitalar que vai muito além da população do município. Por isso, a federalização deve ser tratada com urgência e principalmente com muita responsabilidade para que os nossos munícipes possam continuar a receber um atendimento digno”, afirmou a vereadora Anice Gazzaoui.

De acordo com o diretor da Fundação Municipal de Saúde, André Buriasco, apesar de o hospital ser municipal, ele atende pacientes de nove municípios da 9ª Regional de Saúde e é o maior do extremo oeste do Paraná, com pacientes advindos também da tríplice fronteira como referência em emergência e trauma para atendimento de turistas brasileiros e estrangeiros.

“Atualmente o Hospital Municipal conta com 280 leitos e com uma despesa acima de R$ 200 milhões por ano para manter os atendimentos de toda a população. Com a transformação para hospital universitário, a capacidade aumentará para aproximadamente 500 leitos, além de poder disponibilizar esse recurso para outras áreas da saúde pública da cidade”.

Ele também informou que embora a federalização vá beneficiar toda a população, a comissão responsável pelo assunto tem se debruçado na situação dos servidores concursados que passaram no estágio probatório e estão inseguros com o que pode acontecer em relação aos empregos. São aproximadamente mil profissionais da saúde.