Por Paulo Alexandre
“No trânsito, sua responsabilidade salva vidas”. Este é o tema da Semana Nacional do Trânsito, realizada em todo o Brasil entre 18 a 25 de setembro, desde 1997, após ser instituída pelo Código de Trânsito Brasileiro. A realização ainda segue as recomendações contidas no Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito, o qual considera que os acidentes no trânsito constituem uma das maiores causas de mortes no mundo.
Em números que podem ser ainda maiores, os acidentes de trânsito correspondem, por exemplo, à metade dos casos de lesão medular no país. Anualmente, segundo dados extraoficiais do Ministério da Saúde, cerca de 400 mil pessoas ficam com algum tipo de sequela. Esse contingente, que cresce assustadoramente, custa caro para a saúde brasileira. O Governo gasta em média R$ 90 mil com uma vítima não fatal de acidente de trânsito. Segundo levantamento do Observatório Nacional de Segurança Viária, o custo dessa epidemia aos cofres públicos é de R$ 56 bilhões por ano.
As afirmações de quem “o trânsito mata” ou “o trânsito é violento” têm seus contraditórios estabelecidos quando se coloca o cidadão condutor ou pedestre como responsável pelo trânsito. Excluindo-se as fatalidades e situação que realmente fogem ao controle, os acidentes de trânsito, via de regra, estão relacionados ao total desrespeito às leis e normas estabelecidas para oferecer e assegurar segurança à mobilidade da população. E, além das regras e normas, há também a empatia que deve regular as relações e condutas nas vias públicas, tanto nas cidades, como nas rodovias.
As condições de trafegabilidade, sem dúvida também são decisivas neste contexto. O acidente registrado no trecho sem duplicação da BR-277, ontem (23), próximo a Santa Tereza do Oeste, que deixou três feridos e, infelizmente, levou mais uma vítima fatal para as estatísticas do “Corredor da Morte”, muito provavelmente poderia ter sido evitado – como tantos outros – se a pedagiada rodovia que corta o Paraná já estivesse totalmente duplicada, como era a promessa no início da famosa concessão do “Anel Viário”.
Mas, além da questão estrutural, como no exemplo citado da BR-277, há também o fundamental poder de escolha do cidadão. Decidir respeitar leis, normas e limites faz toda diferença entre a vida e a morte. Por isso, é importante repetir: “No trânsito, sua responsabilidade salva vidas”.