Policial

"Vi carro de Carli Filho saltar 1,5 metro do chão", disse testemunha

Após quase nove anos depois do acidente que tirou a vida de Gilmar Rafael Souza Yared e Carlos Murilo de Almeida, a Justiça colocou nesta terça-feira o ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho no banco dos réus. Com um Tribunal do Júri de Curitiba lotado, foram definidos os jurados e tiveram início os depoimentos das testemunhas. Ele é acusado de duplo homicídio com dolo eventual. O julgamento segue nesta quarta-feira.

Uma das testemunhas contou que viu o carro do acusado “voar”: “Vi o carro saltar cerca de 1,5 metro do chão”, disse Leandro Lopes Ribeiro, enfermeiro que viu o acidente. “O carro de Carli Filho saiu com as quatro rodas do chão. Cheguei a ver uma parte do crânio de uma das vítimas”. Foi Leandro quem chamou o Siate.

Mãe de uma das vítimas, a deputada federal Christiane Yared foi dispensada de testemunhar.

A primeira testemunha foi o médico Eduardo Missel, amigo de Carli Filho desde 2008, que estava com ele no restaurante no dia do acidente. Ele confirmou que foram pedidas quatro garrafas de vinho no restaurante, mas que nem todas foram consumidas. Missel não soube dizer se o ex-deputado estava em condições de dirigir naquela noite, mas admitiu que ofereceu carona para ele. Segundo o testemunho, num primeiro momento Carli Filho aceitou e chegou a entrar no carro do amigo, mas desistiu e foi com o próprio carro. O médico contou que quando falou com o ex-deputado após ele sair do hospital em São Paulo, Carli Filho disse não lembrar de nada sobre o acidente. Durante o depoimento de Missel, Carli Filho chorou.

Outra testemunha, Altevir dos Santos, segurança do restaurante, contou que Carli Filho chegou a entrar no carro do amigo e saltou em seguida. Santos também informou que teve que segurar o ex-deputado para que ele não caísse no chão e confirmou que Carli Filho saiu do restaurante com o carro em alta velocidade.

O julgamento

O ex-deputado foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná ainda em 2009 e, após uma série de recursos apresentados pela defesa no Tribunal de Justiça do Paraná, no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e no STF (Supremo Tribunal Federal), o julgamento foi marcado.

Pelo Ministério Público do Paraná, atuam na acusação os promotores de Justiça Marcelo Balzer Correia (autor da ação contra o ex-deputado em 2009) e Paulo Markowicz de Lima.

Polícia Científica que mostra como foi o acidente envolvendo o deputado Carli Filho