São Paulo – O WhatsApp anunciou que planeja limitar o encaminhamento de mensagens na plataforma. A principal motivação teria sido as mais de 20 pessoas mortas na Índia somente este ano em linchamentos motivados por rumores espalhados pela plataforma de mensagens. No país, o limite de encaminhamentos será mais rígido.
Até então, esse limite era muito maior, de 250 conversas.
As medidas marcam uma mudança importante na arquitetura de um aplicativo cada vez mais utilizado para comunicação política por 1,5 bilhão de pessoas e vêm em resposta à pressão pública. Trata-se de uma ruptura no tratamento de serviço que, por muito tempo, teve uma abordagem mais solta.
“Acreditamos que essas mudanças – que continuaremos a avaliar – ajudarão a manter o WhatsApp da maneira que foi projetado: um aplicativo de mensagens privadas”, escreveu o porta-voz do WhatsApp, Carl Woog.
No início da quinta-feira, o Ministério de Eletrônica e Tecnologia da Informação da Índia havia alertado o WhatApp para encontrar soluções mais eficazes para acabar com os linchamentos no país, sob o risco de enfrentar ações na Justiça.
O governo declarou que o sentimento geral no país é que “muito mais precisa ser feito pelo WhatsApp”.
“Quando rumores e notícias falsas são propagados por arruaceiros, o meio usado para tal propagação não pode fugir da responsabilidade”, escreveu o governo. “Se eles permanecerem espectadores mudos, eles serão tratados como cúmplices e, posteriormente, enfrentarão uma ação legal consequente”.
Outros países também se debateram com a disseminação de notícias falsas na plataforma – inclusive durante uma recente epidemia de febre amarela no Brasil -, mas na Índia o problema é particularmente perigoso porque muitos usuários ingênuos estão se conectando à internet pela primeira vez. Linchamentos ocorreram porque essas pessoas acreditaram que outras eram sequestradoras de crianças devido a rumores que se espalharam no WhatsApp.