A regra de proibição de conversão à esquerda foi implantada em Cascavel em 2019 - Foto: Secom
A regra de proibição de conversão à esquerda foi implantada em Cascavel em 2019 - Foto: Secom

Cascavel e Paraná - A Transitar divulgou nesta segunda-feira (27) o relatório de multas dos primeiros noves meses do ano – que somadas dão um total de 83.506 infrações. Os excessos são flagrados pelos 53 radares de fiscalização eletrônica, espalhados por diversos pontos da cidade, pontos estes que foram apontados após estudo técnico da autarquia como sendo local perigoso e que precisa ser vigiado. O que chama a atenção é que o número de multas de setembro em comparação ao mês de agosto aumentou, passando de 9.498 para 9.661.

Em comparação ainda dos dois meses o principal aumento é do excesso de velocidade que passou de 6.675 em agosto para 6.759 em setembro e de avanço de sinal vermelho que foi de 1.438 para 1.565. Outro aumento ocorreu no trânsito da faixa ou via exclusiva para os ônibus do transporte público que subiu de 484 para 525 multas. Os dados foram apresentados no Diário Oficial do Município, onde todos os dias também é lançada a quantidade diária de multas com as placas dos veículos, tipo de infração e o valor correspondente.

Campeã

A infração mais cometida nos primeiros nove meses do ano foi o excesso de velocidade que somam 55.421 multas do total de 83.506. Em segundo lugar está avanço do sinal vermelho que soma 14.073 infrações, em terceiro a conversão à esquerda que teve uma queda considerável neste ano no número de infrações, com 7.429. Depois disso, aparece transitar sobre a faixa exclusiva de ônibus com 6.084 e, por último, parar sobre a faixa de pedestres com 499 infrações.

Quem ultrapassar em até 20% acima do limite de velocidade da via terá que pagar uma multa de R$ 130 e perde 4 pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Entre 20% a 50% acima a multa é de R$ 195,00 e 5 pontos na carteira e acima de 50% a multa passa a ser de R$ 880,00 e neste caso a CNH é suspensa.

Aferição radares

A autarquia de trânsito mantém um trabalho rotineiro de aferição de radares, para poder manter os equipamentos em pleno funcionamento e com a quilometragem correspondente. A última foi realizada no fim de setembro, sendo que a testagem segue os padrões técnicos rigorosos. Nesta Nesta etapa, foram aferidos os oito equipamentos com prazo mais próximo de vencimento.

A verificação consiste em testar a captação da velocidade. Ao final, é emitido um certificado de aferição, que precisa estar válido para cada infração registrada. Reclamações sobre os radares na cidade são comuns. Para que os equipamentos funcionem corretamente, é obrigatório que o órgão responsável pelo trânsito faça a aferição anualmente.

Pelo relatório de arrecadação, que sempre é divulgado junto com o número de multas indica que de janeiro a setembro foi arrecadado um valor total de R$ 23.211.887,26 com as multas.

Conversão à esquerda

Segundo a Transitar, fazer a conversão à esquerda em locais proibidos é uma prática irregular, que muito mais que uma infração de trânsito, é um risco à segurança e pode ser fatal e por isso, a autarquia tem reforçado ações educativas para orientar a comunidade sobre os riscos do hábito incorreto e para eles isso refletiu nos resultados de queda. Conforme previsto no artigo 207 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro) como infração grave, com multa de R$ 195,23 e cinco pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação)

No entanto, o número representa uma queda de mais de 76% comparado ao mesmo período de 2024, quando foram registradas mais de 32 mil infrações, o que prova que a população está se conscientizando sobre a gravidade da ação. A fiscalização é realizada por meio de radares eletrônicos e, de acordo com a coordenadora do Setor de Educação de Trânsito da Transitar, professora Luciane de Moura, a medida vai além da organização do tráfego.

“As placas estão lá indicando a proibição. Na região central, além da faixa exclusiva de ônibus, temos a circulação de pedestres e as ciclofaixas. Ao tentar virar à esquerda, o motorista pode colidir com um ônibus, atropelar alguém ou provocar um acidente grave. Portanto, não é só a multa: é questão de preservar vidas”, explicou. Ela reforçou a orientação para que motoristas redobrem a atenção à sinalização e respeitem as regras de circulação.

A regra de proibição de conversão à esquerda foi implantada em Cascavel em 2019, com a revitalização da Avenida Brasil e a implantação da “canaleta de ônibus”. À época, o novo sistema de mobilidade trouxe a necessidade de ajustes em pontos estratégicos, como a Praça do Migrante – acesso à Avenida Tancredo Neves e a Avenida Barão do Rio Branco. Desde então, o município investiu também nas ruas adjacentes à Avenida Brasil e os motoristas devem fazer o chamado “looping de quadra”, utilizando ruas alternativas para acessar a esquerda.