Cascavel e Paraná - A morte trágica de duas adolescentes no início da noite de segunda-feira (22) – que foram atropeladas ao tentar atravessar a BR-369, km 522, nas proximidades do Bairro Morumbi, em Cascavel – reacendeu o alerta sobre os perigos de uma travessia segura em locais de intenso movimento.
Maria Eduarda de Oliveira, 16 anos e Emily da Silva Vieira, 15 anos, foram atingidas por uma Chevrolet S10 e acabaram morrendo na hora.
As duas trabalhavam como menor aprendiz em uma fábrica de energia solar que fica no Bairro Morumbi e estavam de mãos dadas quando atravessaram a rodovia. Socorristas do Samu e do Corpo de Bombeiros chegaram a ser mobilizados, mas nada puderam fazer. As meninas foram sepultadas na tarde desta terça-feira (23) no Cemitério Jardim da Saudade, Bairro Guarujá.
De acordo com o inspetor da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Edir Veroneze, de janeiro até agora foram registradas três mortes por atropelamento na rodovia, número superior ao mesmo período do ano passado, onde foram cinco sinistros com duas mortes e isso coloca em alerta o órgão de trânsito, que trabalha na orientação de uma travessia segura não somente na 369, mas também em todas as rodovias federais.
Gravidade
Segundo Veroneze, os policiais estão intensificando as ações na 369 para tentar reduzir o número de acidentes e que o atropelamento de ontem vem deixar a situação ainda mais complicada pela gravidade dos fatos. “Neste ano tem sido um ano acima do normal, na gravidade dos acidentes, porque são acidentes que têm chamado atenção porque têm um impacto muito forte no tipo de acidente, colisões, ultrapassagens e agora a situação do atropelamento”, descreveu.
Veroneze reforçou que a PRF pede que todos que utilizam a BR-369 que tenham cuidado, atenção redobrada, seja como usuário, pedestre ou motoristas de veículos pequenos, grandes, de carga, porque o movimento é muito intenso e se mantém ainda mais em horários de pico. “Sempre flagramos muitas pessoas fazendo a travessia em locais com empresas, residências, esses locais mais urbanos e temos que pedir uma atenção redobrada a todos”, disse ele.
Sem passarelas
No trecho entre Cascavel e Corbélia não tem nenhuma passarela e, por isso, as travessias acabam ocorrendo em todos os pontos, principalmente no perímetro urbano. “Tem que prestar atenção se é um local que tem possibilidade de pessoas, de veículos ou de animais fazendo a travessia, já que isto aumenta a possibilidade de um acidente. Por exemplo, de tarde tem aquele sol que pode atrapalhar a visibilidade, por isso é cauteloso reduzir a velocidade e quem for atravessar verifique se realmente o carro está te vendo, se o condutor possa ter te visto e aí você fazer a travessia segura em locais”, reforçou.
O inspetor complementou ainda que a PRF está com equipes reforçadas, trabalhando na fiscalização, na atuação e orientando os condutores para esta atenção redobrada e que situações como essa colocam ainda mais eles em alerta para aumentar a fiscalização no trecho, principalmente no perímetro urbano e onde aconteceu o acidente – local que é bem complicado e que tem bastante fluxo de pessoas, devido à proximidade do Núcleo Industrial.
Sobre isso, ele disse ainda que o local do atropelamento, por ser uma região urbana, as pessoas utilizam ainda mais para fazer a travessia, muitas vezes ônibus do transporte público passa só de um lado, a empresa é de outro, tem pessoas que moram por ali, por isso, o cuidado deve ser sempre grande não só por parte de quem faz a travessia mas dos próprios motoristas. “Quem está diariamente por ali sabe dos pontos sensíveis da rodovia, uma área urbanizada e para isso as pessoas têm responsabilidade maior ainda do que conhecer, vai passar por um local desse e reduz a velocidade, redobre a atenção, tome cuidado pode ter pessoas, adolescentes, pessoas idosas fazendo travessia, e é a responsabilidade de todos por mais que a PRF esteja comprometida em garantir a segurança do trânsito nesses locais, a participação de sociedade é fundamental e sua importância para que isso aconteça”, concluiu.
Acidentes
Além dos atropelamentos o número de acidentes, feridos e óbitos também chamam atenção na rodovia. Neste ano, já foram 28 mortes, 165 feridos e 119 acidentes. A quantidade de óbitos é bem superior ao ano passado que nos mesmo período de janeiro a setembro contabilizou 22 mortes, com 185 feridos e 137 acidentes. A rodovia tem muitas curvas, muito movimento e poucos locais de ultrapassagem.