Saúde

Tribunal de Contas valida metodologia de distribuição de vacinas no Paraná

Os inspetores também ratificaram a vacinação da população em geral

O Governo do Estado realizou mais uma força-tarefa para acelerar o envio de vacinas contra a Covid-19 e medicamentos do kit de intubação para todas as 22 Regionais de Saúde na tarde desta sexta-feira (25). Ao todo foram encaminhadas, por via aérea e terrestre, 307.180 vacinas e 116.083 medicamentos.  -  Curitiba, 25/06/2021  -  Foto: Américo Antonio/SESA
O Governo do Estado realizou mais uma força-tarefa para acelerar o envio de vacinas contra a Covid-19 e medicamentos do kit de intubação para todas as 22 Regionais de Saúde na tarde desta sexta-feira (25). Ao todo foram encaminhadas, por via aérea e terrestre, 307.180 vacinas e 116.083 medicamentos. - Curitiba, 25/06/2021 - Foto: Américo Antonio/SESA

A Coordenadoria-Geral de Fiscalização e a 3ª Inspetoria de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) divulgaram nesta semana um relatório que aprova a metodologia de distribuição de vacinas contra a Covid-19 pela Secretaria de Estado da Saúde desde o início da campanha de imunização.

O documento destaca que nunca houve favorecimento ou prejuízo em relação a qualquer município, e que a logística seguiu normas técnicas e diretrizes do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO). O relatório leva em consideração a explicação técnica da Secretaria sobre o processo de distribuição das doses, que teve dois momentos.

No início foram utilizados como parâmetros estimativa populacional enquadrada nos grupos prioritários de cada município; número de eleitores; e população estimada com base no Censo de 2010. Na sequência, com o início da imunização no público em geral, houve uma adequação para que a imunização do Paraná tenha ainda mais uniformidade, projetando 80% da população vacinada com a primeira dose até o final de agosto.

Segundo o relatório, os técnicos da Secretaria demonstraram que a distribuição das doses no momento dos grupos prioritários ocorreu conforme os critérios do Ministério da Saúde, as orientações dos Informes Técnicos do governo federal e o Plano Estadual de Vacinação. “Esse cálculo justifica a diferença nos quantitativos encaminhados, devido às particularidades dos grupos priorizados e às características sócio-demográficas de cada município”, afirmam os inspetores.

“Os esclarecimentos demonstraram, de forma bastante satisfatória, que os critérios definidos pelo Ministério da Saúde para a campanha nacional de vacinação contra a Covid-19, especialmente em relação aos grupos prioritários, foram seguidos. Não se vislumbrou, portanto, a ocorrência da adoção de critérios aleatórios pelo Estado, os quais pudessem comprometer a equidade na distribuição das doses”, completam.

Segundo o TCE-PR, justificam algum desalinhamento no ritmo de vacinação por faixa etária a ocorrência de sobreposição de grupos prioritários, quando o mesmo indivíduo é contabilizado em mais de um grupo prioritário, gerando um “superávit de doses” que tende a ser utilizado para vacinação da população em geral; e a frustração das estimativas populacionais utilizadas, tendo em vista a defasagem dos indicadores à disposição.

Para acelerar ainda mais o processo e corrigir eventuais distorções naturais ao processo quando a vacinação acontecia apenas em grupos prioritários, o Paraná adotou a estratégia de compensação para os municípios. Segundo o TCE-PR, que foi apresentado à metodologia na semana passada, a solução matemática elaborada pela Secretaria da Saúde tem o objetivo de aperfeiçoar, ainda mais, os critérios de distribuição das doses aos municípios, projetando a conclusão do calendário de primeiras doses em setembro.

EXEMPLO – A título de exemplo, o TCE-PR comparou a evolução da vacinação nos municípios de Maringá e Londrina (que têm populações aproximadas) e destacou que não ficou demonstrada dispersões em relação ao percentual da população vacinada.

Segundo os inspetores, quando foi feito primeiro levantamento, os cinco municípios mais populosos do Estado se encontravam com percentuais de doses recebidas (com relação às suas populações) muito próximas à média estadual de 46,73%, sendo que quatro (Curitiba com 48,22%, Londrina com 53,71%, Maringá com 53,26% e Cascavel com 49,94%) estavam acima da média, enquanto Ponta Grossa (43,37%) encontrava-se ligeiramente abaixo.

O documento também mostra que 97% dos municípios paranaenses comprovaram a implementação e/ou adequação dos respectivos planos municipais de vacinação para a execução da campanha contra a Covid-19 e que apenas 31 apontaram alguma incongruência, alvo de diálogo com o tribunal para a melhoria da gestão.

VACINÔMETRO – O Paraná imunizou até esta terça-feira (29) 48% da população vacinável (acima de 18 anos) e mais de 90% do grupo prioritário. Foram 5,5 milhões de doses aplicadas, com 4,1 milhões de paranaenses imunizados com a primeira dose ou a dose única da Janssen.

Segundo o último levantamento do consórcio dos veículos de imprensa, do segunda-feira (28), 36,3% da população total já recebeu a primeira dose (5º melhor índice do País, acima da média nacional). No Ranking da Vacinação da Secretaria, seis municípios já vacinaram mais de 60% da população e 33 mais de 50% dos seus habitantes.