O projeto-piloto de testagem em profissionais da saúde e da segurança pública no Hospital Oswaldo Cruz, em Curitiba, atendeu 367 pessoas entre a segunda quinzena de maio e o dia 5 de junho, segundo balanço divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde nesta segunda-feira (7).
Nesses 14 dias foram identificados 32 profissionais com o novo coronavírus – 8,7% do total. Nas demais 335 análises a doença foi descartada. Os diagnosticados foram orientados a cumprir quarentena de 14 dias.
Os testes são realizados em sistema de drive-thru apenas para os que têm sintomas gripais, como dor de cabeça, febre ou tosse, o que diminui a probabilidade de um falso negativo no resultado.
O método utilizado é o RT-PCR, exame que identifica a presença do vírus no organismo do paciente e é feito a partir da coleta de material genético com swabs (cotonetes flexíveis) nas vias respiratórias.
“Com esse projeto estamos ampliando a atenção aos profissionais da rede pública e da rede privada, além daqueles que trabalham com segurança pública e precisam estar nas ruas”, disse o secretário estadual de Saúde, Beto Preto. “Esse mapeamento ajuda a diagnosticar casos leves e a ampliar o controle sobre a circulação viral”.
APLICAÇÃO – Os testes estão sendo aplicados por profissionais do Complexo Hospitalar do Trabalhador (CHT) e os exames são processados na Unidade de Apoio para Diagnóstico da Covid-19, parceria do Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná), Fiocruz e Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP).
O programa piloto desenhando pela Secretaria de Estado da Saúde permite testes também em profissionais que trabalham em estabelecimentos da saúde (servidores da limpeza, segurança ou áreas administrativas) com quadro gripal ou algum tipo de sintoma da doença. Os resultados também indicam a necessidade de eventuais reposições desses trabalhadores se houver afastamento para cumprir quarentena.
“Estamos aproveitando o amplo espaço do Hospital Oswaldo Cruz para ajudar no diagnóstico dos profissionais que estão na linha de frente da atuação. Esse sistema ajuda a proteger os nossos profissionais e por consequência seus familiares e toda a sociedade”, afirmou Geci Labres Souza Júnior, diretor-superintendente do CHT. “O drive-thru é um método seguro para todos os envolvidos”.
COMO FUNCIONA – As unidades de saúde e os hospitais públicos e particulares têm acesso a dois sistemas vinculados à Secretaria de Estado da Saúde, o Notifica Covid-19 e o Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL). Os agendamentos são realizados diretamente pelas entidades e os profissionais que se enquadram no programa recebem mensagem com hora e data marcadas. Depois de 24h ou 48h o resultado é encaminhado diretamente para a entidade de saúde.
A sistemática para as forças de segurança é similar. A Polícia Civil usa o sistema do Instituto Médico Legal (IML) para agendamento e a Polícia Militar o do Hospital da Polícia Militar. Uma vez cadastrados, esses profissionais recebem uma data para comparecer no Hospital Oswaldo Cruz. Na unidade, o atendimento é realizado em uma tenda exclusiva.
Aqueles que ainda têm dificuldades para acessar podem entrar em contato com a Ouvidoria da Secretaria da Saúde, que auxilia no agendamento.
RT-PCR – O método RT-PCR é chamado de padrão-ouro para detectar a circulação viral. A orientação do Ministério da Saúde é para que ele seja realizado nos primeiros dias de sintomas. Seu índice de acerto é considerado alto, de cerca de 90%. O tempo mínimo de análise é de 12 horas.
O Paraná realizou mais de 43 mil testes desse modelo na rede pública, composta pela Unidade de Apoio para Diagnóstico da Covid-19 e pelo Laboratório Central do Estado.