Saúde

Probabilidade de mortalidade de câncer de pulmão cai 28%

O pior cenário foi projetado entre os homens da região Norte e entre as mulheres na região Nordeste.

Probabilidade de mortalidade de câncer de pulmão cai 28%

Pesquisadores do Inca (Instituto Nacional do Câncer) projetam queda de 28% na probabilidade de mortalidade prematura por câncer de pulmão em homens, entre 30 e 69 anos, no Brasil, no período de 2026 a 2030. Esse e outros dados constam no artigo “As metas de desenvolvimento sustentável para o câncer podem ser cumpridas no Brasil?” divulgados esta semana na sede do Instituto no Rio de Janeiro, durante evento de celebração ao Dia Mundial do Câncer, neste sábado (4), que este ano usa o tema “Unir Vozes”.

O trabalho, publicado na revista científica Frontiers in Oncology, em janeiro, comparou as mortes entre 2011 e 2015 com as projeções de mortalidade prematura por câncer de 2026 a 2030. A pesquisa indica uma possível redução nacional de 12% na probabilidade em homens, e de 4,6% em mulheres. O câncer de pulmão em homens ganha destaque com previsão de queda de 28% no recorte nacional. Em homens, o tumor de pâncreas pode apresentar aumento de probabilidade de morte prematura de 2,3% para o Brasil, chegando a 17% no Nordeste.

Para as mulheres, a projeção revela redução de 11,5% na probabilidade de mortalidade prematura em todo o território nacional por câncer do colo do útero. As taxas na região Norte, no entanto, preocupam por apresentarem incidência alta: 25 mortes a cada 100 mil mulheres. Para o câncer de mama, tumor que mais mata mulheres no País, a previsão é de estabilidade. Somente no Sudeste a previsão indica a redução da probabilidade de morte prematura de 4%, enquanto nas outras regiões o aumento estimado varia de 1% na região Sul a 25,6% no Norte.

Entre os tipos de câncer analisados, destaca-se ainda o de intestino, também conhecido como colorretal ou de cólon e reto. Se a situação continuar semelhante à observada em 2015, há probabilidade de aumento de 10% na mortalidade prematura. O pior cenário foi projetado entre os homens da região Norte e entre as mulheres na região Nordeste.

 

Segunda principal

A consultora Nacional de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), Larissa Veríssimo, destacou que o câncer ainda é “a segunda principal causa de morte nas Américas, cerca de 1,4 milhão de mortes anuais e são 3,4 milhões de novos casos ao ano. Os casos de câncer e as mortes mostram um padrão de desigualdade nas Américas, porque 70% desses óbitos aconteceram em países de baixa e média rendas.

O Dia Mundial do Câncer é uma iniciativa da UICC (União Internacional para o Controle do Câncer), a maior e mais antiga organização internacional dedicada ao controle da doença, que reúne mais de mil organizações ligadas ao câncer em cerca de 160 países. Por meio da data, a UICC busca a conscientização internacional no calendário global de saúde, propondo ações de educação, de conscientização e de diálogo com governos.

De acordo com a UICC, caso não sejam tomadas medidas urgentes para aumentar a conscientização sobre o câncer e desenvolver estratégias práticas para lidar com a doença, em 2025, devem ocorrer 6 milhões de mortes prematuras pela doença. A estimativa é de que, anualmente, 1,5 milhão de mortes por câncer poderiam ser evitadas com as medidas adequadas para atingir a meta “25 para 25” da Organização Mundial da Saúde (OMS), que visa reduzir as mortes prematuras por doenças não transmissíveis em 25% até 2025.

 

Foto: Banco Mundial/ONU

 

Tecnologia PET/CT é aliada

para o diagnóstico precoce

 

Cascavel – Apesar do alto índice de casos de câncer todos os anos, a boa notícia é que a medicina avança constantemente, tanto em diagnóstico quanto em tratamento. De acordo com a Abrasco (Associação Brasileira de Oncologia Clínica), o câncer é responsável por cerca de 27% das mortes no Brasil e é a segunda maior causa de morte no país, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares.

O diagnóstico precoce do câncer é fundamental para aumentar as chances de cura. Um dos equipamentos que revolucionou o diagnóstico do câncer é o PET/CT, técnica de imagem médica que combina a tomografia por emissão de pósitrons (PET) e a tomografia computadorizada (CT). A PET é uma técnica de imagem molecular que permite visualizar o metabolismo celular e funcional de diferentes tecidos do corpo. A CT, por sua vez, é uma técnica de imagem anatômica que fornece imagens detalhadas da estrutura do corpo.

O médico oncologista do Ceonc Hospital do Câncer, Fábio Henrique de Araújo, explicou que a combinação dessas duas técnicas permite uma avaliação mais precisa e completa de diferentes condições médicas, incluindo tumores, doenças cardiovasculares, neurológicas e outras. “Além disso, o uso conjunto de PET e CT pode ajudar no planejamento de tratamentos médicos, na monitoração de respostas a tratamentos e na avaliação de progressos de doenças”, complementou.

O médico também ressaltou que os estudos mostram que a combinação da PET e da CT aumenta a precisão do diagnóstico em cerca de 20 a 25%, em comparação com a utilização de apenas uma dessas técnicas de imagem. “A técnica é capaz de detectar metástases em até 50% dos casos, enquanto outras técnicas de imagem só são capazes de detectá-las em cerca de 20% dos casos”, frisou.