Cascavel - Sem contrato renovado, as cirurgias eletivas que estavam ocorrendo há um ano na antiga Ala de Queimados do HUOP (Hospital Universitário do Oeste do Paraná), no CCP (Centro de Cirurgias Programadas) por uma empresa terceirizada, deixaram de ser feitas nesta semana. Com isso, apenas as cirurgias de urgência e de emergência é que estão sendo realizadas dentro do próprio hospital.
De acordo com o diretor-geral do HUOP, Rafael Muniz, o contrato com a empresa encerrou no dia 31 de agosto e não poderia ser renovado porque foi firmado há mais de um ano em caráter emergencial e que, por isso, é necessária uma nova licitação que já está sendo aberta, mas que deve demorar pelo menos 90 dias. O serviço começou em setembro do ano passado com uma fila reprimida de pelo menos quatro mil procedimentos.
Segundo Muniz, de setembro do ano passado até julho deste ano foram realizados 4.983 procedimentos, com destaque para o mês de maio com 626 cirurgias, sendo que os principais procedimentos realizados são ortopedia, urologia, cirurgia geral e vascular.
Agora os pacientes terão que esperar para continuar os procedimentos, já que o HUOP não é porta aberta e só recebe pacientes pela Central de Leitos.
Alternativa
Nesta semana foi realizada uma reunião entre representantes do HUOP, 10ª Regional de Saúde e o Hospital São Lucas, já que uma das alternativas é que o São Lucas absorva os procedimentos neste período. Segundo o diretor técnico do Hospital São Lucas, Luiz Carlos Toso, há uma possível tratativa para absorver os pacientes nesse período, o que ainda está sendo negociado com a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) do Paraná.
Muniz lembrou ainda que a abertura do CCP foi possível devido a um apoio financeiro da Sesa, que fez a instalação dos equipamentos e fez o aporte financeiro para o serviço, mas que a expectativa é de que, após a nova licitação, o hospital consiga manter o ritmo e até ampliar o número de procedimentos.
Valor
O serviço era prestado pela CIS (Centro Integrado de Saúde) que venceu o processo licitatório, com contrato de R$ 33.651.611,40, valor que era repassado conforme o número de pacientes atendidos, sendo que o valor unitário de cada procedimento variava de R$ 3.128,22 a R$ 17.569,63. Além das eletivas, estava previsto outros de mil procedimentos de cirurgias de urgência e de emergência para aliviar o pronto-socorro, com valor previsto de R$ 5.399.170,00. O PS conta com 33 leitos, espaço que sempre está superlotado.
Licitação atrasada
Em julho, a reportagem do O Paraná trouxe a informação de que o hospital estava fazendo a licitação para manter os serviços nos mesmos moldes que está funcionando, utilizando o mesmo espaço. Neste novo contrato a ideia é contemplar mais especialidades que não estavam previstas no primeiro contrato, como cirurgias de ginecologia ou de otorrinolaringologia, com a intenção de aumentar para 600 cirurgias por mês.
Gigante
O HUOP tem ao todo 373 leitos, atendendo a um público de mais de 2 milhões de pacientes de 90 municípios da macrorregião Oeste.