A saúde de Cascavel ganhou um reforço e tanto nesta segunda-feira (16) com o início do funcionamento do CCP (Centro de Cirurgias Programadas) do HUOP (Hospital Universitário do Oeste do Paraná). Logo nas primeiras horas do dia iniciou o internamento dos primeiros pacientes que há anos aguardam por uma cirurgia eletiva, sendo que a maior parte aguarda por um procedimento de ortopedia, que são procedimentos um pouco mais complexos e que demandam de mais tempo.
O início dos procedimentos começou com uma semana de atraso, já que havia sido anunciada para a segunda-feira passada, dia 9 de setembro, mas acabou sendo barrada pela Vigilância Sanitária Municipal após uma vistoria no local. De acordo com o diretor geral do HUOP, Rafael Muniz, os fiscais tinham feito uma visita anterior, mas antes de iniciar os procedimentos foram verificar o prédio e apontaram alguns detalhes técnicos, entre elas, a instalação de uma porta modelo vai e vem e documentos da empresa, exigidos pela Vigilância.
“Foi uma semana bastante intensa em que houve uma verdadeira força-tarefa para conseguir deixar tudo pronto e na última sexta-feira, tivemos o aval positivo do setor para iniciar os procedimentos”, explicou Muniz. Segundo ele, a partir de agora a empresa segue um fluxo duplo, já que no ambulatório que eles abriram no centro da cidade eles convocam os pacientes para fazer a triagem e levar exames, enquanto no centro de eletivas fazem os procedimentos.
Horário ampliado
Conforme Muniz, o centro que fica no prédio que foi construído para abrigar a Ala de Queimados, vai funcionar em horário estendido, durante a semana até a meia-noite e aos finais de semana até às 19 horas. A proposta é que sejam realizadas pelo menos 380 cirurgias eletivas por mês e mais 100 de urgência e emergência, já que a proposta é que a empresa ajude a aliviar os atendimentos dentro do hospital e acabar com os pacientes nos corredores, um problema bastante antigo do hospital.
Conforme Muniz, pela estrutura que a empresa tem ela consegue realizar até 600 cirurgias por mês, devido ao número de profissionais e de leitos e que vai receber de acordo com a demanda de procedimentos, mas que isso vai depender da complexidade dos procedimentos, visto que tem cirurgias que demandam mais tempo do que outras. “A nossa ordem é de que os pacientes que aguardam há tempo serem chamados primeiro, mas a empresa é que está com a lista e que faz esta triagem encaixando as cirurgias de acordo com o tempo de levam”, falou.
Fila regional
Atualmente existem pelo menos 3,2 mil pessoas aguardando por uma cirurgia eletiva. Segundo o diretor, depois que a fila de espera do HUOP for zerada, eles devem iniciar os procedimentos das regionais de saúde, já que ao todo entre as cinco regionais e os dois milhões de habitantes, são pelo menos 20 mil pessoas na fila de espera. “Antes não tínhamos espaço físico, agora com o local adaptado e a empresa contratada, a ideia é que o contrato permaneça e que venha a somar para conseguir reduzir as filas que são um problema antigo da saúde pública, já que sempre tem novos pacientes entrando”, disse ele.
Funcionamento
A empresa que fará a administração do serviço é a CIS (Centro Integrado em Saúde), da cidade de Santa Mariana, por um prazo de 12 meses. Ela vai receber cerca de R$ 32 milhões para a realização de 3120 cirurgias – cirurgia geral, ortopedia, urologia e vascular. O valor unitário de cada procedimento varia de R$ 3.128,22 a R$ 17.569,63. Este é o primeiro contrato de terceirização de serviços do HUOP que tem parceria com a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde).
Neste valor ainda será aplicado um desconto de 6% referente aos serviços que serão oferecidos pelo o HUOP como enxoval, alimentação dos pacientes, recolhimento de lixo hospitalar e a limpeza. Todo o restante de serviço necessário, inclusive equipamentos é de responsabilidade da empresa vencedora.
Paralelo a isso, atualmente ocorre dentro do hospital 129 procedimentos ao mês, 80 de baixa e média complexidade e 49 de alta complexidade, de forma remunerada, valor repassado pela Sesa. Além das eletivas, existe ainda a previsão da realização de cerca de mil procedimentos de cirurgias de urgência e de emergência que visam aliviar o PS (Pronto-Socorro) durante os 12 meses. Para este lote o valor previsto é de R$ 5.399.170,00 para os mil atendimentos, pagos na medida em que os atendimentos forem necessários.