Política

Projeto que aumenta a coleta de lixo reciclável será debatido na Câmara

Projeto que aumenta a coleta de lixo reciclável será debatido na Câmara

Cascavel – Com objetivo de aumentar a quantidade de lixo que pode ser reciclado em Cascavel, mas que acaba indo parar no Aterro Sanitário, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente protocolou na Câmara Municipal de Vereadores o Projeto de Lei 152/2022 que cria o Programa Sustentar. Cascavel gera cerca de 300 toneladas de lixo por dia, ou seja, cerca de um quilo por morador e apenas 6% deste montante é reaproveitado, sendo que este tipo de trabalho sustenta a vida de muitas pessoas.

Aílton Lima, diretor da Sema (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) que trabalhou na elaboração do projeto, lembrou que a iniciativa foi lançada ainda no mês de maio, mas que de lá para cá foram feitos ajustes para finalizar o projeto de lei que inclusive já teve questionamentos por parte de alguns vereadores, mas que está pronto e que deve entrar na pauta das próximas sessões e, assim que aprovado, ser aplicado na prática.

Entre as novidades, o projeto traz a implantação de um sistema de coleta de lixo nos condomínios residenciais da cidade, já que existem pelo menos 800 e ainda a criação da coleta institucional, ou seja, a triagem dentro dos prédios públicos. “Estamos avaliando junto as cooperativas, e a princípio a ideia é de capacitar as cooperativas para que elas tenham mais produtos para trabalhar, consequentemente, aumentando a renda das famílias”, falou.

Lima explicou ainda que a ideia é manter os atuais trabalhadores dentro dos ecopontos e que sejam destacadas outras equipes para este serviço, já que a cidade ainda tem um potencial muito grande de recolhimento deste tipo de lixo que não pode ser desperdiçado. Outra mudança é que a Sema pretende fixar um valor e pagar as cooperativas pela a triagem do lixo o que não ocorre atualmente e, com isso, também ajudará no aumento da receita.

“Atualmente a base da renda das cooperativas é apenas o resultado das vendas, mas com este programa, elas devem receber também pela a triagem. A quantidade de lixo aumentou nos últimos meses, mas a receita ainda é baixa, e dessa forma, conseguimos manter uma renda mais estável”, reforçou o diretor.

Moeda verde

O programa também vai criar a “Moeda Verde”, que é um incentivo para que a pessoa faça destinação correta dos resíduos, entregando o material nos ecopontos, recebe créditos que podem ser utilizados para abater impostos ou para compra de alguns produtos.

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Usina de biogás vence prêmio de energia sustentável do Paraná

A Usina de Biogás do Aterro Sanitário de Cascavel foi a iniciativa vencedora do Prêmio Gestor Público do Paraná no tema “Energia Sustentável”. O prêmio, que está na 10ª edição, é uma iniciativa do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita do Estado do Paraná e tem por objetivo valorizar projetos da administração pública que sejam inovadores, criativos e que tragam desenvolvimento para a sociedade, além de compartilhar boas práticas com outros municípios do Brasil, promovendo crescimento em âmbito nacional.

O engenheiro químico da Sema (Secretaria Municipal de Meio Ambiente), Elmo Rowe Junior, que desenvolveu o projeto disse que premiação é resultado de um longo trabalho, fruto da dedicação e persistência de servidores públicos e de todos os funcionários da limpeza pública do Município. A premiação ocorreu em Curitiba, acompanhada também pelo secretário municipal do Meio Ambiente, Nei Hamilton Haveroth.

Como funciona

O aterro sanitário, ao contrário de um lixão a céu aberto, conta com uma engenharia especializada envolvida, por consequência um maior controle sanitário dos resíduos. Não há catadores, raramente se veem aves alimentando-se dos rejeitos, além disso há controle do manejo dos materiais para sua reutilização. As células abertas no aterro sanitário recebem os resíduos, onde posteriormente, através de um manejo adequado, produzem o biogás e são transformados em energia elétrica.

A produção de bioenergia no aterro sanitário teve início em maio de 2008, tornando a operação autossustentável. A partir de 2017, o Município iniciou o processo de compensação de energia que é a geração distribuída, conectando a estruturada Usina com a distribuição da Copel e em março de 2022, a Copel autorizou a operação da Usina em sua capacidade máxima que é de 300 kWh, dobrando a capacidade de produção de energia elétrica.

A usina instalada no Aterro Sanitário produz em média 130 mil kWh/mês que é compensada em 70 unidades consumidoras como escolas, unidades de saúde, praças e sede administrativa da Sema.

Isso representa uma economia de mais de R$ 90 mil todos os meses para os cofres públicos. Por ano, a energia produzida pelo aterro gera uma economia superior a R$ 1 milhão.