Política

Prefeito pediu para concursados fazerem pressão na Câmara

A intenção era que o projeto de extinção da Cettrans fosse aprovado antes do recesso parlamentar

Prefeito pediu para concursados fazerem pressão na Câmara

A extinção da Cettrans (Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito) tem acirrado os ânimos entre o Paço e a Câmara. Nos bastidores, a pressão é grande por parte do Executivo municipal para que o projeto do fim da empresa pública seja aprovado, dando origem à autarquia Transitar.

Segundo o vereador Fernando Hallberg (PDT), o prefeito Leonaldo Paranhos (PSC) teria reunido recentemente os convocados no concurso da Cettrans para uma reunião. E, a portas fechadas, o tom da conversa foi para que os 25 aprovados – muitos de fora da cidade e que há meses pediram a conta de outros empregos – pressionassem a Comissão de Segurança e Trânsito da Câmara para que emitisse o parecer – contrário ou favorável – sobre a extinção. É que a intenção era que o projeto fosse aprovado antes do recesso parlamentar, mas parou na Comissão – presidida por Hallberg -, que pediu mais prazo para emitir o parecer. Por causa disso, o projeto será votado somente após o dia 12 de agosto, tornando inviável a contratação dos aprovados, na versão da prefeitura.

Na reunião entre o prefeito, Roberto Parra (MDB), Josué de Souza (PTC) – este último declara ser um encontro oficial da Câmara com o prefeito e os 25 aprovados – fica clara a preocupação com o prazo, pois o curso dos aprovados teria uma carga horária de 204 horas, que precisaria ser cumprida até 17 novembro, prazo limite para convocação. “Isso é chantagem, é mexer com 25 famílias de maneira cruel, pessoas que pediram a conta do trabalho pensando que seriam convocadas”, acusa Hallberg.

Parecer

A intenção é que a partir do parecer, o projeto seja colocado em votação em sessão extraordinária, visto que a Câmara se encontra em recesso parlamentar até a primeira semana de agosto.

Na reunião, o prefeito disse aos concursados que, com a extinção da Cettrans, 80% dos servidores serão aproveitados e que, inclusive, há uma defasagem de servidores que fazem o trabalho de rua. Os R$ 4 milhões economizados por ano com impostos federais seriam suficientes para arcar com os salários dos 25 novos servidores.

Votação

A preocupação não está relacionada ao resultado da votação em plenário, já que a maioria integra a base do Executivo municipal, mesmo que haja parecer contrário.

Parra disse, no encontro, que o projeto passaria com “14, 15” votos.

A reunião contou ainda com representante da Presidência da Câmara e responsáveis pelos Recursos Humanos da prefeitura.