POLÍTICA

Cascavel patina no contrato do lixo e TCE-PR cobra gestão sustentável de resíduos

Entenda a situação do 'Contrato do Lixo' em Cascavel e os desafios na gestão de resíduos sólidos atualmente - Foto: TCE-PR/Divulgação
Entenda a situação do 'Contrato do Lixo' em Cascavel e os desafios na gestão de resíduos sólidos atualmente - Foto: TCE-PR/Divulgação

Cascavel - O contrato de coleta e gestão de resíduos sólidos, o famoso “Contrato do Lixo” de Cascavel, virou sinônimo de impasse desde a Gestão Paranhos. Entre promessas de novas licitações, contratos emergenciais milionários e decisões barradas pelo TCE-PR (Tribunal de Contas do Estado), a cidade ainda não conseguiu dar solução definitiva a um dos serviços mais básicos da vida urbana. Enquanto isso, o TCE-PR lança um levantamento inédito para entender como os municípios lidam com seus resíduos e como podem tornar a gestão mais sustentável.

Após sucessivas tentativas frustradas de licitação, a Prefeitura anunciou, em julho, um novo contrato emergencial de R$ 68 milhões para manter o serviço até a publicação do edital definitivo. A promessa é concluir o modelo contratual em 2025 e realizar a licitação em 2026. O histórico, no entanto, não inspira confiança. O próprio TCE-PR já apontou falhas de planejamento e suspendeu contratações milionárias na Capital do Oeste. A cada nova tentativa, a população se depara com contratos temporários, prorrogações e pouca transparência sobre prazos e custos futuros.

Foto: TCE-PR/Divulgação

Enquanto Cascavel busca uma saída, o TCE-PR, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável, iniciou um levantamento estadual envolvendo as 399 prefeituras. O questionário, que deve ser respondido até 15 de setembro, busca mapear o tratamento dos resíduos e alinhar políticas públicas ao Plano Estadual e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Segundo o tribunal, o levantamento não tem caráter fiscalizatório, mas orientador. A ideia é oferecer apoio técnico e financeiro, estimular soluções consorciadas e aprimorar políticas públicas. As informações colhidas serão essenciais para definir prioridades e alocar recursos.

Descompasso

O contraste entre a iniciativa estadual e a realidade cascavelense evidencia o desafio de transformar diretrizes em prática. Enquanto o TCE busca fortalecer a gestão de resíduos, Cascavel ainda depende de improvisos e projeta avanços apenas para 2026 — promessa feita desde a gestão de Leonaldo Paranhos.
A reportagem questionou a Prefeitura sobre o novo edital, prazos e garantias de transparência, mas até o fechamento desta edição, a Secom não respondeu.

Fipe na mira do Legislativo

A FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) foi contratada pela Prefeitura de Cascavel, ainda na Gestão Paranhos, para elaborar estudos técnicos para a licitação do lixo e do transporte coletivo. Os trabalhos começaram em 2021, mas, até agora, o único resultado foram falhas e licitações desertas.


Por isso, o vereador Edson Souza (MDB) encaminhou questionamentos à Prefeitura sobre a atuação da fundação. Segundo sua assessoria, as perguntas ainda não foram respondidas.