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Venda de cigarros ilegais cresce e chega a 57%

O número deste ano representa um crescimento de 3 pontos percentuais em relação à pesquisa de 2018

Venda de cigarros ilegais cresce e chega a 57%

São Paulo – Pesquisa realizada pelo Ibope aponta crescimento no mercado ilegal de cigarros pelo sexto ano consecutivo: 57% de todos os cigarros consumidos no País em 2019 foram ilegais, sendo que 49% foram contrabandeados (principalmente do Paraguai) e 8% foram produzidos por fabricantes nacionais que operam de forma irregular. Com isso, 63,3 bilhões de cigarros ilegais inundaram as cidades brasileiras. O número deste ano representa um crescimento de 3 pontos percentuais em relação à pesquisa de 2018.

Pela segunda vez desde o início da pesquisa, a arrecadação de impostos do setor será inferior à sonegação: R$ 12,2 bilhões contra R$ 12,6 bilhões.

Para o presidente do Instituto Etco (Brasileiro de Ética Concorrencial), Edson Vismona, o dado do Ibope é extremamente grave e mostra que as políticas de combate ao tabagismo estão sob ataque direto do crime organizado. “Dos quase 111 bilhões de cigarros vendidos anualmente no Brasil, apenas 47 bilhões se submetem às normas fitossanitárias e a toda a regulamentação seguida pela indústria legal”.

Vismona ressalta também que a escalada da ilegalidade no setor tem alimentado os cofres de organizações criminosas em todo o País, financiando o aumento da violência. “Em anos recentes, as autoridades têm realizado um esforço importante tanto para tentar coibir a entrada desses cigarros no País, quando de reprimir sua comercialização. Esse trabalho tem de continuar, mas ele não é suficiente, pois esbarra em questões como a extensão das fronteiras que o Brasil tem com dez países e as limitações nas estruturas de repressão e fiscalização”.

Das dez marcas de cigarro mais vendidas no Brasil, quatro são contrabandeadas e representam 34%. Na liderança está a paraguaia Eight, que domina 16% de todas as vendas de cigarros.

A pesquisa do Ibope é realizada desde 2014, quando o mercado ilegal no País somava 40% de todos os cigarros comercializados. Tem abrangência nacional e, em 2019, foi a campo entre janeiro e abril. Foram realizadas entrevistas presenciais com 8.428 fumantes com idades de 18 a 64 anos, residentes em municípios com 20 mil habitantes ou mais. O segmento pesquisado representa 76% da população brasileira de 18 a 64 anos.

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