“Quando um casal se separa, o cônjuge que tenta determinar a culpa tem a imagem ou a ilusão de poder fazer algo. A atenção fica centrada nas supostas culpas e reprovações recíprocas. Ao invés disso, a solução consiste em que ambos se entreguem à sua dor, a essa aflição profunda pela qual passam” (Bert Hellinger”
Quando um casal se casa parte do pressuposto de que será pelo resto da vida. E é bom que seja com este sentimento que iniciamos um relacionamento. No entanto, podem surgir eventos que levam o casal a ter de reavaliar a união.
Trata-se de momentos difíceis de crise e de conflito que costumam vir carregados de dor e sofrimento. Nesses momentos, em vez do diálogo amistoso, em geral temos discussões, brigas, ofensas, recriminações e acusações de toda ordem.
Em semelhante quadro, a dinâmica mais comum entre os casais é a da busca pelas culpas e pelo culpado pela crise. A discussão fica centrada nos eventos nos quais cada parte quer ver o motivo de a relação ter chegado ao ponto em que chegou. E sempre a culpa é do outro!
Na frase que destacamos acima, Hellinger nos alerta de que querer encontrar os motivos da separação parte da suposição de que “se” o casal tivesse sabido o que os levou à situação em que se encontram teria sido possível evitar a separação. Esta, diz ele, é a atitude presunçosa de quem pensa ser possível controlar o destino.
É inútil a busca pela culpa e o culpado, porque mesmo quando houve uma culpa e um culpado que levou à separação, o que levou o culpado a cometer o ato cuja culpa carrega, este ato também não está sob o controle. Nas nossas ações costumam atuar lealdades transgeracionais. É ilusório imaginar que as ações são feitas intencionalmente e a partir de uma cuidadosa análise.
Quando, ao invés de buscar pela culpa e o culpado, renunciamos à ideia de procurar o motivo, nos obrigamos a nos submeter a um destino que não compreendemos. Reconhecemos: aconteceu algo e não está em nosso poder mudar isso.
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JOSÉ LUIZ AMES E ROSANA MARCELINO são consteladores familiares e terapeutas sistêmicos e conduzem a Amparar
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