Foi-se o tempo em que a relação entre envelhecimento e a incapacidade de ter filhos era apenas ligada à mulher. Ultimamente, diversos estudos indicam que, conforme o homem vai ficando mais velho, a testosterona (hormônio sexual masculino) vai diminuindo.
Uma pesquisa liderada pela especialista em biologia reprodutiva Laura Dodge, do Centro Médico Diaconisa Beth Israel e da Escola de Medicina de Harvard, dos Estados Unidos, analisou entre 2000 e 2014 mais de 19 mil ciclos de fertilização in vitro em 7.753 casais. Eles dividiram os casos em quatro faixas etárias para as mulheres – menos de 30 anos, 30 a 35 anos, 35 a 40 anos e 40 a 42 anos – e cinco para os homens – as mesmas quatro, com uma adicional de acima de 42 anos.
Nos casais em que a mulher estava na faixa de 40 a 42 anos, a taxa foi menor, com a idade do parceiro aparentemente não tendo influência no resultado. Nas demais faixas etárias das mulheres, no entanto, a idade do homem teve uma grande influência na taxa de nascimentos, que caiu à medida que eles eram mais velhos.
De acordo com Silvio Pires, urologista da Criogênesis, de fato a idade interfere na fertilidade do homem, mas de maneira menos incisiva que na mulher. “Na maioria dos casos, essa queda não altera a fertilidade, apenas a frequência de espermatozoide produzido e a quantidade de líquido ejaculado, mas nada que seja tão significativo a ponto de deixá-lo infértil”, esclarece.
O especialista ainda comenta que, apesar de a infertilidade masculina ser desconhecida na maioria das vezes, o uso de drogas e álcool são indutores. “Outros fatores também podem desencadear o problema, como a exposição a substâncias tóxicas, como medicamentos usados em quimioterapia e a radiação ionizante. Além disso, infecções que levam à inflamação dos testículos também podem estar envolvidas, como exemplo a varicocele, outra importante causa de alteração da função testicular”, informa.
Preservação da fertilidade
Para os homens que preferem postergar a paternidade, uma opção para impedir que as mutações genéticas interfiram em uma gestação é o congelamento de espermatozoides. “As amostras são congeladas em um meio crioprotetor – que impede a formação de cristais e reduz os danos que o congelamento causa às células – e mantidas em nitrogênio líquido à temperatura de -196ºC, podendo permanecer congeladas por tempo indeterminado”, explica Silvio.
A técnica também é muito indicada para pacientes oncológicos. “Tumores nos testículos, linfoma, leucemia ou outros tipos de câncer podem causar alterações na produção de espermatozoides ou mesmo alguma lesão à função testicular, também interferindo na fertilidade. Portanto, é imprescindível congelar o material antes de iniciar o tratamento, pois esse sêmen pode, com consideráveis taxas de sucesso, ser utilizado futuramente para tratamento de reprodução assistida (inseminação intrauterina ou fertilização in-vitro (FIV)) possibilitando a paternidade”, ressalta o urologista.
Sobre a Criogênesis
A Criogênesis, que nasceu em São Paulo e possui mais de 15 anos de experiência com células-tronco, é acreditada pela AABB (Associação Norte Americana de Bancos de Sangue) e certificada pela IQNet NBR ISO 9001:2015. A clínica é referência em serviços de coleta e criopreservação de células-tronco, medicina reprodutiva, gel de plaquetas e aférese, incluindo a diferenciada técnica de fotoférese extracorpórea. Sua missão é estimular o desenvolvimento da biotecnologia através de pesquisas, assegurando uma reserva celular para tratamento genético futuro. Fonte: www.criogenesis.com.br.
Exame pioneiro detecta alterações que causam aborto espontâneo
A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que um em cada dez casais em idade fértil tem algum tipo de dificuldade para engravidar. No Brasil, 8 milhões de casais se enquadram nessa estimativa.
Dentre as principais causas de infertilidade, estão, para as mulheres, a endometriose, as alterações tubárias e na ovulação, ou mesmo uterinas. Para homens, fatores que afetam a qualidade e a motilidade dos espermatozoides, como processos infecciosos, exposição a toxinas, fatores genéticos, alterações hormonais, obstrução do ducto deferente (canal de transporte dos espermatozoides) e varicocele, são os principais causadores de problemas.
Atualmente, um grande leque de opções e tratamentos de fertilidade está à disposição dos casais que buscam engravidar, como a inseminação artificial, quando há a injeção do sêmen processado diretamente no útero da mulher, e a fertilização in vitro, onde é realizada a indução da ovulação, seguida pela retirada e fertilização dos óvulos e, finalmente, a transferência dos embriões gerados in vitro para o útero da mulher.
Os abortos espontâneos ou de repetição fazem parte dos principais medos de casais que pretendem engravidar, especialmente dos que já sofreram com perdas gestacionais. As alterações cromossômicas são responsáveis por pelo menos metade dos casos de aborto espontâneo no primeiro trimestre de gestação.
O que é
Capaz de apontar se uma alteração cromossômica foi a causadora do aborto, o Teste POC também permite ajudar pacientes a escolher futuras opções reprodutivas. “O Teste POC é indicado para grávidas que sofrem perda gestacional e que buscam entender o motivo e procurar estratégias junto ao médico para uma nova gestação saudável evitando a recorrência”, conta Nelson Gaburo, gerente-geral do DB Molecular, uma divisão do grupo Diagnósticos do Brasil, único laboratório exclusivo de apoio do País que oferece o mais alto padrão de qualidade e serviços de excelência na área.
O exame estuda os 24 cromossomos no tecido do aborto pela tecnologia de sequenciamento de nova geração (NGS) para identificar se uma variação no cariótipo foi a causadora da interrupção espontânea da gestação. “Diferente do exame cariótipo convencional, o Teste POC é feito sem cultivo celular, descarta falsos negativos por contaminação materna e tem resultados rápidos, em apenas 15 dias após a coleta com 99% de taxas informativas”, explica o especialista do DB.
O teste POC é indicado em casos de aborto de repetição; na primeira ocorrência de aborto espontâneo e para casais em tratamento de reprodução humana que já tenham passado por uma situação de perda gestacional. “50% das perdas gestacionais no primeiro trimestre de gestação são causadas por alterações cromossômicas e esta taxa é superior a 60% nos casos de mulheres submetidas a tratamentos de reprodução assistida, por esse motivo o estudo genético do produto de concepção é de grande utilidade para determinar para proporcionar aconselhamento e sucesso reprodutivo do casal”, completa Nelson Gaburo.