Saúde

Escassez do kit intubação faz hospitais usarem produtos paralelos

A falta e a dificuldade para adquirir medicamentos do chamado kit intubação, que teve seu uso disparado devido ao aumento de internamentos de pacientes com covid-19, hospitais da região oeste iniciaram o protocolo indicado pela Secretária da Saúde do Paraná para substituição desses insumos por produtos paralelos. A medida paliativa tem um porém: também é baixo o estoque desses itens

Escassez do kit intubação faz hospitais usarem produtos paralelos

Cascavel – A falta e a dificuldade para adquirir medicamentos para intubar pacientes, alguns hospitais da região oeste do Paraná já iniciaram o protocolo indicado pela Sesa (Secretária da Saúde do Paraná) para substituição desses insumos.

A substituição dos medicamentos é feita por produtos que têm efeitos semelhantes. O medicamento que os hospitais mais sentem dificuldade de encontrar no mercado é o midazolam, droga que serve para auxiliar na sedação do paciente. Como os estoques da maioria dos hospitais praticamente acabaram, a Sesa orienta que seja substituído por diazepam.

De acordo com a assessoria da Sesa, devido à dificuldade na aquisição dos medicamentos, fizeram-se necessários o remanejamento e a substituição de medicamentos entre hospitais do Paraná. Há previsão de um cenário para a compra de novos insumos, contudo ainda restam alguns acertos técnicos. A falta do chamado kit intubação é um problema nacional.

Segundo a Sesa, o secretário Beto Preto está chamando a atenção do Ministério da Saúde para que essa situação seja resolvida. A esperança é de que mais medicamentos cheguem nos próximos dias.

Em Toledo, o Hospital Bom Jesus, já iniciou o uso de medicamentos paralelos. De acordo com a superintendente Zulnei Bordin, a situação é delicada, pois até o estoque desses produtos é baixo, para apenas cinco dias. No fim da semana passada, o hospital recebeu uma remessa de insumos da Sesa, mas insuficiente para completar o estoque.

Em Assis Chateaubriand, no Hospital Beneficente Moacir Micheletto, restam algumas ampolas de midazolam, contudo, de acordo com a farmacêutica responsável, Caroline Marcato, o estoque deverá terminar nesta quinta-feira, e então serão utilizados os medicamentos de substituição.

Ela ressalta que a maior dificuldade para a aquisição é do midazolam. Por lá, a previsão é de que os medicamentos paralelos durem duas semanas.

O Hospital Universitário de Cascavel reforça a preocupação com o estoque de sedativos, em especial o propofol. A previsão é de que os insumos para intubação durem quatro dias. O HU também está com dificuldade para efetivar a compra, mas garante que ainda não faltou medicamentos nem precisou ser feita a substituição.

A Fundação Municipal de Saúde de Foz do Iguaçu informou que recebeu insumos do governo do Estado e que o estoque está garantido para os próximos dias.

Em Cascavel, a Secretaria de Comunicação informou que não conseguiu verificar a quantidade de estoque nem se já estão sendo usados medicamentos substitutivos.

O Ministério da Saúde informou que mais de 2,8 milhões de unidades de medicamentos de intubação serão distribuídos em todo o território nacional até o fim de março, mas não tem quantidade que será enviada ao Paraná.

Paraná soma 807.453 casos e 15.339 óbitos pela covid-19

A Secretaria de Estado da Saúde divulgou ontem mais 5.550 casos confirmados e 175 mortes em decorrência da infecção causada pelo novo coronavírus no Paraná. Os dados acumulados do monitoramento da covid-19 mostram que o Paraná soma 807.453 casos confirmados e 15.339 mortos em decorrência da doença. O Estado registrou novo recorde de casos ativos, com 220.896 infectados com capacidade de transmissão do vírus.

Os casos divulgados são de março (5.296), fevereiro (93) e janeiro (13) de 2021 e o restante de 2020.

Apesar de a fila por internamentos ter diminuído, com 941 pessoas ontem, das quais 518 para UTI, o Estado segue com número elevado de internados. Ontem, eram 5.484 pessoas nas alas exclusivas para tratar covid-19, das quais 2.074 na UTI. É o quinto dia seguido com mais de 2 mil pacientes na UTI, mantendo a taxa de ocupação em 96%, com 66 dos 1.712 leitos vagos.

Quanto aos 175 óbitos, tratam-se de 71 mulheres e 104 homens, com idades que variam de 25 a 97 anos. Há também óbitos retroativos de 2020.

A média móvel de mortes de sete dias se mantém acima de 100, com 106 mortes/dia ontem, 20% menor que a registrada há 14 dias.

Brasil chega aos 300 mil mortos pela covid em meio a colapso hospitalar

O Brasil chegou a 300.015 mortes pelo novo coronavírus nessa quarta-feira (24), em meio ao pior colapso hospitalar do País. O número de óbitos foi de 1.172 confirmados em 24 horas, segundo balanço parcial (10 estados) com dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa e divulgados às 16h40. O Ministério da Saúde alterou o sistema de informação dos dados, o que dificultou que várias secretarias lançassem os números. Informado sobre o problema, o ministro Marcelo Queiroga resolveu suspender a mudança, mas até o fechamento desta edição o Ministério ainda não havia atualizado a página oficial sobre coronavírus.

O Brasil completou na última sexta-feira (19) o período de duas semanas como o país com mais mortes diárias pela covid-19 no mundo, conforme apontam dados da plataforma Our World in Data, ligada à Universidade de Oxford (Reino Unido). Nessa última semana, o Brasil foi responsável por 27% dos óbitos de todo o planeta. O País ultrapassou os Estados Unidos no dia 5 de março, quando registrou 1,8 mil novos óbitos (ante 1.763 dos EUA). A partir daí, a diferença só aumentou. E, na última terça, bateu a marca de 3 mil mortes diárias (3.251).