Esportes

Uma ?Avenida Brasil? à beira-mar

RIO — Dentro da imensa Arena de Vôlei de Praia, em Copacabana, há uma rota principal que dá acesso a todas as quadras. Ensolarada, extensa e “engarrafada” de gente — são atletas, técnicos, funcionários, jornalistas de um lado para o outro, o tempo inteiro — a via já foi apelidada por eles de “Avenida Brasil”. A gaiatice dos brasileiros ainda apelidou sua paralela de “Linha Vermelha”, que já virou “Red Line” para os estrangeiros que treinam no local.

— O Posto Médico fica ali na altura de Ramos, a quadra de treinamento, lá em Santa Cruz — brincou um dos seguranças da Arena, referindo-se a dois “pontos de referência” da via construída no meio da areia.

Uma funcionária do setor de limpeza também fez graça:

— Quando eu ia imaginar que meu trabalho na Olimpíada ia ser varrer toda a Avenida Brasil, não é? — disse ela, uma senhora de cerca de 60 anos, sem se identificar.

Seguindo o raciocínio, uma das quadras mais movimentadas na tarde de ontem era a que “fica na altura do Caju”, logo no início da “Avenida Brasil”: a quadra de aquecimento, também chamada de Warm up ou “Lucky losers” pelos estrangeiros, referindo-se à área onde acontecem as repescagens nas disputas.

Jogadores de vôlei de praia argentinos treinavam desde cedo no local, ouvindo funk num dos aparelhos de som presos às mochilas; e a dupla de atletas do Egito chamava a atenção de quem passava pela “Avenida”: uma delas, muçulmana, treinava de hijab, sob sol forte.

Água a R$ 8, cheeseburguer a R$ 18

Também ali perto do “Caju” da “Avenida Brasil” fica a pequena praça de alimentação da Arena, montada ao redor do num quiosque pré-existente. Ontem chegaram as placas com os preços dos produtos que serão oferecidos ao público: uma água mineral custará R$ 8, mesmo preço do mate e da unidade do pão de queijo; um café R$ 6, um açaí R$ 12 e um cheeseburguer, espantosos R$ 18. Na mesma areia, os mesmos produtos podiam ser encontrados pela metade do preço.