Esportes

Com pagamentos atrasados, Plano B vira alternativa real

Obras seguem o ritmo programado e dever ser entregues apenas em março

Cascavel – Quase dois meses após o pedido oficial do Ministério do Esporte para a antecipação da conclusão, de março para janeiro, o CNTA (Centro Nacional de Treinamento em Atletismo) de Cascavel segue com as obras no ritmo inicialmente programado, ou seja, encaminhando-se para serem concluídas apenas no dia 13 de março de 2016. Alguns dos motivos são o atraso de pagamentos e a impossibilidade de antecipação de verbas federais para a obra.

A solicitação do governo federal para a entrega precoce foi feita no início de novembro pelo arquiteto do Departamento de Infraestrutura de Esporte, José Jiemon Sugai, em visita ao canteiro de obras, localizado próximo da FAG. Na ocasião, ele detectou a necessidade de adequações de alguns itens do projeto, como acesso ao local, cercas e paisagismo, além do tipo de lâmpada e da localização da caixa d’água e das caixas de energias.

Essas mudanças seriam levadas o mais rápido possível ao grupo gestor, que conta com representantes dos governos federal e estadual, mas de lá para cá pouca coisa mudou.

De acordo com o arquiteto Nestor Dalmina, diretor da empresa N. Dalmina Construções Ltda, responsável pela edificação do CNTA e que até novembro havia executado 25% da obra e recebido apenas 5% dos recursos, três medições já estão com o pagamento atrasado, totalizando cerca de R$ 4 milhões.

Com isso, a empresa não teve condições de implantar dois turnos de trabalho, não fez investimentos em insumos e deu férias coletivas aos cerca de 70 operários que trabalharam no local até o último dia 23. Eles têm retorno marcado para 4 de janeiro.

Brasil Medalhas

A antecipação da entrega do CNTA era fundamental para o local servir de centro de treinamento e aclimatação para atletas que virão ao País para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Outra preocupação era o Centro de Atletismo ficar fora do Plano Brasil Medalhas, que deverá disponibilizar recursos para manutenção do espaço.

Esta hipótese, entretanto, foi afastada pelo deputado federal Evandro Rogério Roman, que acompanha de perto a construção e faz papel de intermediador entre as partes envolvidas (governos federal, estadual e a empresa). Para Roman, a possibilidade de atraso na entrega da obra é real, mas o que o tranquiliza é que o CNTA ficará em Cascavel.

“Quem tem mais a perder é o Ministério do Esporte. O Comitê Olímpico Brasileiro e a Confederação de Atletismo contam com a obra no prazo. Já para Cascavel, mesmo se a construção atrasar é certo que a estrutura, o legado da Olimpíada, ficará na cidade”, destaca.

Escola do esporte

Com a impossibilidade de antecipação de recursos do governo federal para a obra do CNTA e o atraso nos pagamentos, alternativas são discutidas para o empreendimento de valor inicial de R$ 16.325.285,05 milhões – deve passar de R$ 35 milhões com todos os aparelhos.

No grupo gestor, fala-se em planos A, B e C para o espaço construído em área de 86 mil metros quadrados. Uma das possibilidades levantadas é a construção de uma “escola do esporte” ao lado do CNTA. Nela seriam atendidos jovens do 6º ao 9º ano do Ensino Médio de 50 municípios da região Oeste do Paraná.

A ideia é que eles permaneçam o dia todo no local, com estudos em um período e treinamento no contraturno, e só retornem para casa à noite. O “Plano B”, inclusive, já seria de conhecimento do governador Beto Richa.