No ano passado, membros de equipes que disputaram o Dakar comentaram que nos dois últimos anos o nível de dificuldade havia chegado em níveis quase dramáticos. Exaustivo, como é sua marca registrada, o roteiro mesclou trechos de grande velocidade com outros de perigo sempre presente, além de dificuldades técnicas que tiraram da corrida vários favoritos. Dezenas de competidores se perderam no deserto e vários passaram a noite sem resgate. Diante disso, a organização da prova tomou uma decisão: repetiu a dose.
Ninguém, além dos organizadores, conhece em detalhes o roteiro de 2025. Mas as informações são de que, desde os primeiros dos 13 dias de corrida, carros, pilotos e navegadores serão literalmente surrados. Paralelamente, a competição viu a entrada de novas equipes oficiais de fábrica, a formação de fortes alianças entre pilotos-navegadores e equipes, e a multiplicação de conjuntos com potencial de vitória na classificação geral – atualmente, estima-se que entre 15 e 20 carros reúnam condições de faturar o título do Dakar em 2025.
Nesse cenário de ebulição, o evento que se iniciou nesta sexta-feira (3) exibe números superlativos. Na competição principal, que reúne as melhores tripulações e equipes do mundo, com equipamentos de tecnologia de última geração no esporte, 587 pilotos e navegadores conduzirão 339 veículos (carros, motos, caminhões, protótipos leves, UTVs e carros de produção). O evento contará também com a Dakar Classic, disputada por 95 carros e caminhões históricos e lendários do Dakar, somando mais 209 atletas ao total acima. E a Mission 1000, corrida com cinco veículos dotados de combustíveis alternativos e inovadores, que adiciona outros oito participantes à prova. Ao todo, nas três competições paralelas, serão 807 veículos conduzidos por 439 pilotos e navegadores.
Os brasileiros
O Brasil contará com cinco representantes. O principal é a maior estrela recente do Dakar, Lucas Moraes, piloto da equipe Toyota, que em apenas duas edições da prova já conta um pódio (terceiro lugar), além de ter sido capaz de brigar pela ponta em ambas as ocasiões, incluindo sua prova de estreia. Na equipe Overdrive, Marcos Moraes, pai de Lucas e seu maior incentivador, terá como navegador o também brasileiro Maykel Justo. O veloz Marcelo Gastaldi, uma das estrelas do esporte no Brasil, competirá pela Century Racing e, como os demais, disputará a categoria Ultimate, considerada a Fórmula 1 do rali. Já o jovem Cadu Sachs integrará a equipe BBR como navegador do português Gonçalo Guerrero na categoria Challeger, que utiliza protótipos leves.
Neste ano, largarão 43 mulheres e 120 estreantes, com 70 nacionalidades representadas nas equipes. De acordo com números registrados em 2024, a prova será vista em 190 países, através dos serviços de 70 emissoras de TV – incluindo algumas redes internacionais, como a ESPN, que mostrará no Brasil compactos da prova, sempre a partir das 22h (ESPN4).