Cascavel – Minutos antes do que seria o julgamento da acusada de matar Maria Clara Zortea Ramalho, o pai da criança, Jeferson Zortea Ramalho, sentado na antessala do Tribunal do Júri de Cascavel, disse que iria depor e iria para casa.
Já não espero mais nada deste caso, a justiça não foi feita.
O homem, que participou das buscas do corpo da menina, em julho de 2014 na área rural de Santa Tereza do Oeste, se referia à absolvição da mãe, Vanessa Aparecida Ramos do Nascimento, ocorrida há poucas semanas.
Ela não é louca, não tem problemas. Queria que ela pagasse pelo que fez. Ela teve culpa sim, matou minha filha, acabou com as nossas vidas.
Ao lado dele estava Adão Ramos do Nascimento, avô de Maria Clara, e pai de Vanessa. Ele também era testemunha e queria ver Giulia Albuquerque – que teria agido junto com Vanessa – ser condenada.
Minha filha foi manipulada por essa mulher. Se ela não tivesse entrado nas nossas vidas nada disso teria acontecido.
Segundo Adão, ela é a culpada.
Não sei qual vai ser a pena para ela, mas quero que ela pague pelo que fez com a nossa família.
Mas a esperança da família em ver a acusada de matar a menina de apenas 6 anos, foi adiada e pode não acontecer. Logo no início do julgamento, marcado para ontem, o advogado de defesa de Giulia, nomeado pela Justiça para defendê-la, alegou que ela possui problemas mentais e, por isso, o júri foi cancelado.
Agora a defesa terá até o dia 2 de dezembro para provar que ela possui problemas e, caso contrário, o julgamento ocorrerá normalmente nesta data. Um exame de sanidade mental deverá ser feito nas próximas semanas, no Complexo Médico Penal, em Curitiba. A demora no pedido dos exames ocorre porque o advogado só começou a acompanhar o caso na fase final do processo.
A mudança na data do julgamento também foi acatada pelo Ministério Público. Segundo o promotor Marcelo Bruno Marques, como o exame não foi feito anteriormente, havia o risco de, depois de ouvirem as testemunhas, os jurados poderiam fazer o pedido.
A acusada nega o crime e os médicos deverão avaliar se ela tem algum tipo de doença e se isso é suficiente para que ela não entenda o ilícito. Mesmo com o laudo apontando a insanidade mental, ela será julgada normalmente.
O que mudará é o tipo de pena, que pode ser a prisão comum ou se ela ficará internada no Complexo Médico Penal, por até 30 anos. Vanessa, que já foi julgada, foi condenada a três anos de internamento naquele complexo. Ela foi considerada com esquizofrenia.
(Com informações de Tissiane Merlak)