Sarampo

Surto de sarampo na Bolívia mobiliza Secretarias de Saúde em todo o Brasil

Surto de sarampo na Bolívia mobiliza Secretarias de Saúde em todo o Brasil

Um surto de sarampo na Bolívia tem gerado alerta nos países vizinhos, devido ao aumento expressivo no número de casos confirmados. Em junho, foram registrados 60 casos, mas, até meados de agosto, esse número já havia ultrapassado 200. Além disso, mais de 1.400 casos suspeitos estão sob investigação.

Diante da situação, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em parceria com o governo brasileiro, doou mais de 600 mil doses da vacina contra o sarampo para apoiar os esforços de contenção no país. A medida foi adotada após a declaração de emergência nacional em saúde pelo governo boliviano e o início de campanhas de vacinação em massa.

Como o país faz fronteira com quatro unidades federativas do Brasil, Secretarias de Saúde de diversos estados e municípios brasileiros têm intensificado as ações de vacinação contra o sarampo. Em São Paulo, a prefeitura anunciou intervenções em 27 terminais de ônibus e rodoviários, além de estações do Metrô e da CPTM. No Rio Grande do Sul, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) executa um plano de reforço vacinal em 35 municípios considerados de alto risco, incluindo a aplicação da “dose zero” para crianças de 6 a 11 meses. Já em Goiás, o governo estadual informou que fará monitoramento intensivo em 17 municípios de fronteira, sendo oito deles na divisa com o Tocantins, estado que registra o maior número de casos de sarampo no país.

Para a Dra. Cinthya Miura, coordenadora de Medicina da Afya Contagem, a globalização e a intensa circulação de pessoas entre países, contribui para a transmissão de doenças respiratórias, como o sarampo, e podem atravessar fronteiras com facilidade.

“Basta que uma pessoa infectada entre no país, desenvolva os sintomas após a chegada e, sem saber, transmita o vírus a outras pessoas. Isso torna real o risco de reintrodução do vírus no território nacional, mesmo com a certificação de eliminação. O que estamos observando, tanto nos surtos internacionais quanto nos casos recentes na Bolívia, está diretamente relacionado à queda nas taxas de vacinação”, conclui.

Crédito: Assessoria