Brasília – O Senado aprovou ontem uma medida provisória que autoriza crédito extraordinário, no valor de R$ 37,6 bilhões, para pagamento de encargos financeiros da União e para três ministérios. A proposta já havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados e segue agora para a sanção presidencial.
Do total de crédito autorizado, R$ 15,1 bilhões são destinados para o pagamento de passivos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O Ministério do Trabalho e Emprego recebe R$ 10,9 bilhões que deverão ser destinados ao FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Já ao Ministério das Cidades foi destinado R$ 8,99 bilhões para quitar dívidas do programa Minha Casa, Minha Vida.
Na justificativa enviada ao Congresso, o governo federal explica que o repasse dos créditos atende à decisão do Tribunal de Contas da União em relação ao pagamento de passivos do governo federal a órgãos públicos.
Esses passivos, de acordo com o TCU, são as chamadas pedaladas fiscais, nome dado a práticas que o governo teria usado para cumprir as suas metas fiscais. O Tesouro Nacional atrasou repasses para instituições financeiras públicas e privadas que financiariam despesas do governo, entre eles benefícios sociais e previdenciários, como o Bolsa Família, o abono e seguro-desemprego, e os subsídios agrícolas.
Os beneficiários receberam tudo em dia, porque os bancos assumiram, com recursos próprios, os pagamentos dos programas sociais. Com isso, o governo registrou, mesmo que temporariamente, um alívio no orçamento. Mas a sua dívida com os bancos cresceu.
As pedaladas fiscais baseiam o processo de impeachment que a presidente Dilma Rousseff enfrenta na Câmara dos Deputados.