RIO – A Secretaria estadual de Saúde terminou na sexta-feira a montagem do hospital de campanha
do Complexo Penitenciário de Gericinó, que tem 40 leitos. Com isso, espera-se
aliviar a situação de hospitais como o Geral de Nova Iguaçu, que tem dez presos
sob custódia esperando transferência para o complexo, onde já funcionam o
Hospital Penitenciário Dr. Hamilton Agostinho Vieira de Castro e uma UPA. A
decisão de construir a nova unidade foi tomada após bandidos terem resgatado, no
último dia 19, um traficante que estava internado no Hospital Souza Aguiar, no
Centro. Crise – 30/06
Ainda não se sabe, no entanto, quando o hospital de campanha começará a
funcionar. Segundo a Secretaria de Saúde, o início do atendimento caberá à
administração do hospital penitenciário e da UPA existente no local. O que o
órgão fez, segundo nota, foi montar a estrutura para ?ampliar a capacidade de
internação do complexo?. Já a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap)
informou que está em negociações com a Secretaria de Saúde para conseguir
médicos para a nova unidade.
De acordo com o Cremerj, o estado tem 50 presos internados em hospitais,
aguardando transferência para uma unidade em Gericinó. No Hospital Geral de Nova
Iguaçu, um deles é Antonio Marquedonio. Ele aguarda uma vaga desde setembro de
2015.
DIRETOR TEME AÇÕES DE RESGATE
O diretor do hospital, Joé Sestello, disse ter perdido
as contas de quantas vezes encaminhou pedidos às secretarias de Segurança
Pública e de Administração Penitenciária para transferir os detentos
custodiados. Após denunciar a situação ao Cremerj, a demanda, enfim, começou a
ser atendida. Na quinta-feira, dos 12 presos internados na unidade, dois foram
encaminhados ao Hospital Penitenciário Dr. Hamilton Agostinho Vieira de
Castro.
A Seap informou que a demora no atendimento é
consequência da falta de vagas e de condições técnicas, como, por exemplo,
ausência de centro cirúrgico. Mas ressaltou que a ?transferência de oito presos
internados no Hospital Geral de Nova Iguaçu já foi liberada?.
Sestello recorreu ao Cremerj depois do resgate do traficante Nicolas Labre
Pereira de Jesus, o Fat Family, do Souza Aguiar, numa ação em que um vigilante
morreu e outras duas pessoas ficaram feridas.
? Essa situação causa muita insegurança. Nunca sabemos o
que pode acontecer ? disse ele.
O vice-presidente do Cremerj, Nelson Nahon, afirmou que a situação põe em
risco a segurança de pacientes e funcionários. Segundo ele, depois que um
bandido for atendido, deve ser transferido para uma unidade penitenciária assim
que estiver estabilizado:
? O que está acontecendo é um absurdo.
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