Cascavel – Depois de um mês do início das aulas na rede estadual de ensino, mais de 70% dos servidores participam hoje do primeiro dia de greve da categoria, que segue pelo menos até a próxima assembleia, prevista para 28 de março, em Curitiba. Conforme a APP-Sindicato, a paralisação é contrária à decisão de diminuir a hora-atividade dos professores de sete para cinco horas e cobra ainda a contratação de funcionários nos colégios e a judicialização dos itens de resolução referentes à distribuição de aulas.
De acordo com o presidente da APP-Sindicato em Cascavel, Paulino Pereira da Luz, a mobilização vai garantir a resistência contra a retirada de direitos. “A previsão é de que boa parte da categoria participe da greve. Um grupo de 200 pessoas vai nos representar hoje em Curitiba, durante ato público, além de outras manifestações em Cascavel”, relata Luz.
No município, servidores se reúnem no Calçadão da Avenida Brasil, a partir das 8h30. Estudantes se juntam aos professores, às 10h, em passeata que segue da prefeitura até o INSS e a sede do Ministério Público Federal. Os dois grupos, conforme Luz, protestam, além da pauta estadual da categoria, contra as reformas da Previdência e Trabalhista, e se solidarizam com a greve nacional dos sindicatos, que ocorre hoje em todo o País.
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Debate
Está marcada para hoje uma reunião com a secretária estadual da Educação, Ana Seres, e representantes da APP-Sindicato, para debater propostas que atendam as reivindicações dos servidores públicos. O encontro ocorre na Casa Civil, em Curitiba.
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Em nota, a Seed (Secretaria Estadual da Educação) informa que o “Governo do Estado lamenta a decisão do sindicato, que prejudica mais de um milhão de alunos da rede pública estadual do Paraná e suas famílias. As últimas paralisações deixaram prejuízos próximos a R$ 100 milhões, em contratações de temporários para reposição de aulas, merenda estragada e transporte escolar fora do período letivo tradicional. Os professores que entrarem em greve terão lançadas faltas, o que irá acarretar em prejuízos para suas carreiras profissionais”.
A Secretaria reforça aos pais e responsáveis a importância de entrar em contato com a sua escola e verificar se há alguma alteração nas atividades regulares, evitando que os alunos deixem de ir às aulas sem motivo.
Sindicatos fecham hoje
Os 21 sindicatos de trabalhadores que integram o Fórum Sindical de Cascavel fecham as portas hoje. Nesta data, essas entidades participam de Dia de Luta contra a reforma da Previdência. A decisão foi tomada em reunião do Fórum Sindical de Cascavel, realizada na manhã de segunda-feira, dia 13, na sede do Sindicato dos Frentistas.
No encontro, ficou definido que as entidades sindicais trocarão o expediente normal por um dia de mobilização contra a proposta já encaminhada pelo governo ao Congresso Nacional, conforme a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 287/2016, visando a reforma da Previdência.
Em Curitiba, várias entidades decidiram parar nesta quarta. Entre elas estão os bancos, professores estaduais e municipais e motoristas e cobradores do transporte coletivo. Os sindicatos participam de atos nas praças Santos Andrade e Tiradentes, com caminhada pelas ruas da cidade e concentração em frente à Assembleia Legislativa. Também devem acontecer debates em universidades e outros eventos, conforme a categoria ou central sindical. A principal crítica das categorias é o estabelecimento da idade mínima de 65 anos para homens e mulheres para ter direito à aposentadoria.
Unioeste também para
Os servidores da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) também aderem à paralisação nacional desta quarta. A decisão foi aprovada por unanimidade em assembleia geral do Sinteoeste (Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos do Ensino Superior do Oeste do Paraná), na segunda-feira. Os servidores do HUOP (Hospital Universitário do Oeste do Paraná) também podem participar, mas segundo a assessoria de imprensa do hospital, nenhum setor deve parar integralmente.
