PEDÁGIO

PR Vias: Paraná fecha ciclo das concessões com leilões neste mês

Saiba tudo sobre o programa de concessões rodoviárias do Paraná e os leilões importantes previstos para outubro de 2023 - Foto: Dnit/PRF
Saiba tudo sobre o programa de concessões rodoviárias do Paraná e os leilões importantes previstos para outubro de 2023 - Foto: Dnit/PRF

Paraná - Com a realização dos dois últimos leilões previstos para outubro, o Paraná vai concluir o novo programa de Concessões das Rodovias Integradas do Paraná, o PR Vias, iniciado em 2022. Os lotes 4 e 5, que somam mais de mil quilômetros de rodovias federais e estaduais, terão investimentos estimados em R$ 29,8 bilhões ao longo de 30 anos de contrato.

A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) publicou os editais em setembro, após aprovação do TCU (Tribunal de Contas da União). O lote 4 será leiloado no dia 23 de outubro, e o lote 5 na semana seguinte, 30 de outubro, ambos na Bolsa de Valores (B3), em São Paulo.
Segundo o cronograma, os envelopes com propostas devem ser entregues nos dias 20 e 27 de outubro, respectivamente. A assinatura dos contratos está prevista para fevereiro de 2026.

Foto: Dnit/PRF

POLÊMICO LOTE 5

O Lote 5, com 430,7 quilômetros, inclui trechos das BR-158, BR-163, BR-369, BR-467 e PR-317, cortando as regiões Oeste e Noroeste. Os investimentos totais chegam a R$ 11,6 bilhões, dos quais R$ 6,5 bilhões em obras.

Estão previstos: 238 km de duplicações; 20 km de vias marginais; 3,7 km de contornos urbanos, incluindo o Contorno de Guaíra; 5 passarelas e 3 passa-faunas; ciclovias na BR-369. Este lote também prevê a instalação de novas praças de pedágio, entre elas a mais polêmica: na BR-467, entre Cascavel e Toledo, ponto estratégico do Oeste e de grande fluxo diário de veículos.


As outras praças desse lote serão em: BR-467/PR, Cascavel e Toledo (nova); BR-163/PR, km 313 – Mercedes (nova); BR-369/PR, km 476 – Corbélia (existente); BR-369/PR, km 360 – Mamborê (existente) e PR-317, km 129 – Floresta (existente).

Lote 4


Com 627,5 quilômetros de extensão, o Lote 4 abrange trechos das BR-272, BR-369 e BR-376, além de oito rodovias estaduais, ligando desde a fronteira com o Paraguai (Guaíra) até a divisa com São Paulo (Nova Londrina).

O investimento previsto é de R$ 18,2 bilhões, sendo R$ 10,9 bilhões em obras. Entre as melhorias previstas estão: 239 km de duplicações; 87 km de faixas adicionais; 59 km de contornos urbanos (Nova Londrina, Itaúna do Sul, região Oeste de Maringá e Londrina); 39 km de vias marginais; 34 km de ciclovias; 39 passarelas e 8 passa-faunas.

Um dos destaques será a duplicação da PR-323, uma das rodovias mais movimentadas do Noroeste, cortando cidades como Maringá, Cianorte e Umuarama.

As praças de pedágio previstas para o Lote 4 são: BR-272/PR, km 530 – Francisco Alves (nova); BR-369/PR, km 179 – Arapongas (existente); BR-369/PR, km 126 – Jataizinho (existente); BR-376/PR, km 58 – Guairaçá (nova); BR-376/PR, km 147 – Presidente Castelo Branco (existente); BR-376/PR, km 198 – Mandaguari (existente); PR-323, km 186 – Jussara (nova); PR-323, km 236 – Cianorte (nova) e PR-323, km 311 – Umuarama (nova).

Estrutura do Programa


O programa de concessões do Paraná foi estruturado em seis lotes, abrangendo cerca de 3,3 mil quilômetros de rodovias, sendo 1,1 mil quilômetros de estaduais. O modelo foi desenhado com disputa pela menor tarifa-base por quilômetro rodado, sem cobrança de outorga. A lógica é assegurar que os recursos arrecadados em pedágio sejam efetivamente aplicados nas obras previstas.


Até aqui, quatro lotes já foram leiloados entre 2023 e 2024, com investimentos superiores a R$ 30 bilhões. Os contratos variam entre grandes grupos como Pátria, EPR e CCR, responsáveis por trechos estratégicos que conectam o interior ao Porto de Paranaguá e aos estados vizinhos.

Impacto e expectativas


Com a conclusão dos leilões de outubro, o governo estadual e a União esperam consolidar um ciclo de mais de R$ 60 bilhões em investimentos ao longo de três décadas. As obras incluem desde duplicações e novos contornos até dispositivos de segurança, como passarelas, ciclovias e corredores para fauna.


O secretário de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, destacou que se trata do “maior programa de concessões da América Latina” e que os recursos devem transformar a malha rodoviária, reduzindo custos logísticos e aumentando a segurança.


A promessa é de que, até 2056, a malha viária paranaense esteja entre as mais modernas do país, conectando polos produtivos, fronteiras internacionais e corredores de exportação.
Por outro lado, a implantação de novas praças de pedágio, sobretudo em regiões de intenso tráfego como Cascavel-Toledo, segue gerando debate entre lideranças locais, que questionam os impactos sobre a economia regional.