
?De maneira a evitarem-se demonstrações de gratidão política ou compromissos que interfiram na independência de nossa Corte?, escreveu o atual ministro.
Como forma de mitigar o caráter político na escolha de Ministros do STF, Alexandre de Moraes sugeriu, na tese, que as indicações para o órgão fossem divididas entre o presidente de República, o Congresso Nacional e o Poder Judiciário. Além dos cargos de confiança no Poder Executivo, ele também veda a indicação para o Supremo de pessoas com mandatos eletivos ou no cargo de procurador-geral da República durante o mandato do presidente.
A preocupação de Moraes com a politização do STF também aparece em outro livro seu, de comentários à Constituição de 1988. Segundo ele, todas as formas de investiduras para o cargo no STF estarão ?impregnadas do caráter de politização na escolha para a Corte? e podem não exigir como requisito para a nomeação uma boa formação jurídica, o que seria necessário em virtude da competência do órgão.
?APOSENTADORIA DE LUXO?
O ministro da Justiça também escreveu, em sua tese de doutorado, que a Corte não pode servir de prêmio pessoal para demonstrações de fidelidade político-partidária ou como aposentadoria de luxo.
?O STF não pode servir de aposentadoria de luxo para políticos não eleitos ou que abandonaram a vida pública ou, ainda, de prêmio pessoal para demonstrações de fidelidade partidária?, escreveu Moraes.
No livro, Moraes defende a transformação do STF em um tribunal exclusivamente constitucional ? atualmente, a corte atua também como última instância em casos variados. Segundo o ministro, a organização da corte suprema brasileira teve como inspiração a Suprema Corte dos Estados Unidos. No entanto, os resultados apresentados não foram satisfatórios.
(*Estagiário sob supervisão de Flávio Freire)