Cotidiano

Ministro defende presidente da Vale alinhado com Petrobras e Eletrobras

TORONTO – O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, defende que o próximo presidente da Vale siga a linha daqueles nomeados para estatais ligadas à sua Pasta desde que assumiu o cargo, no ano passado. Ambos são nomes oriundos do mercado e sem ligações políticas diretas. Ele ratificou que a decisão final passará pelo crivo do presidente Michel Temer.

? O que eu posso dar de resposta são os antecedentes de outras empresas. Temos Pedro Parente (Petrobras) e Wilson Ferreira Junior (Eletrobras). Evidentemente, os sócios além do governo têm peso grande, mas, no que depender do governo, vamos seguir nessa linha ? disse Coelho Filho ao GLOBO, quando questionado sobre a posição do governo sobre a nomeação.

Uma empresa de headhunter foi contratada para levantar opções aos acionistas da companhia e os resultados deverão ser apresentados mais para o fim deste mês. Uma lista de nomes deve resultar dessa consulta, cuja decisão final será tomada pelo governo com os sócios da Vale.

O governo participa do bloco de controle da Valepar, holding que controla a Vale, com o BNDES. No grupo também estão o fundo de pensão Previ, a Bradespar e a japonesa Mitsui.

Agentes do setor presentes nesta semana ao maior congresso mundial de mineração que ocorre em Toronto (Canadá) têm apresentado temores de que, por pressões políticas, o governo venha a recomendar ao controle da Vale um nome mais distante do mercado.

Particularmente a bancada de Minas Gerais vem se posicionando para influenciar na decisão, por se sentir subrepresentada em entidades ligadas ao governo federal. O mandato de Murilo Ferreira, atual presidente da Vale, vence no dia 26 de maio e uma definição final deve ocorrer antes desse prazo.

* O repórter viajou a convite da Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira (Adimb)