
A relação entre zika e microcefalia já é estudada há meses por especialistas, mas esta é a primeira estimativa desenvolvida no atual surto da epidemia.
Essa é a primeira estimativa de risco de microcefalia em fetos de mulheres que foram infetadas durante a atual epidemia.
?Se o risco de infeção pelo zika nas mulheres grávidas e de microcefalia nos fetos que carregam é semelhante noutras zonas geográficas onde o vírus ainda não está propagado, podemos esperar muitos casos de microcefalia e outros efeitos cerebrais nefastos?, afirma o estudo.
O balanço atualizado na terça-feira pelo Ministério da Saúde aponta que, em uma semana, houve confirmação de 50 casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central no país. O boletim aponta um total de 1.434 diagnósticos fechados, desde o ano passado até 21 de maio de 2016. Do total, 208 têm resultado laboratorial positivo para zika.
Há ainda 3.257 casos em investigação. Outros 2.932 já foram descartados. O número de óbitos suspeitos avançou, em uma semana, de 273 para 285, dos quais 60 têm confirmação para microcefalia. A causa de 187 mortes está em investigação e 38 foram descartadas para a malformação cerebral e outras alterações do sistema nervoso central.
Segundo o boletim, a microcefalia avança pelo país. Os casos confirmados foram registrados em 517 municípios, ante 499 notificados no último informe, da semana passada. O Acre é a única unidade da Federação em que não há casos confirmados.
BEBÊS MONITORADOS
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, anunciou, na tarde de segunda-feira, em Genebra, que vai investigar possíveis danos no desenvolvimento de crianças cujas mães foram infectadas pelo vírus zika durante a gestação. A informação é da assessoria do ministério.

? Oferecemos atenção integral às crianças com microcefalia e vamos acompanhar as crianças cujas mães apresentaram infecção pelo zika durante a gestação, inclusive as que não apresentam microcefalia, para detectar o surgimento de complicações neurológicas, oculares ou auditivas ? disse Barros.