
? Quem já fechou contrato já fechou e vai ter prejuízo. Mas muitos que ainda estavam pensando em fechar não vão fechar mais. Havia uma expectativa de que o dólar caísse este ano, mas não que caísse tão rápido ? afirma Castro.
O maior impacto será sobre os manufaturados, segmento em que o Brasil é menos competitivo e, por isso, tem no dólar alto um aliado. Mantido o patamar do dólar a R$ 3, a tendência é que as empresas do ramo voltem sua produção para o mercado interno. As empresas exportadoras de commodities, por outro lado, devem manter as exportações, mesmo com o dólar a R$ 3, na avaliação de Castro.
? Com o preço atual das commodities, as empresas que atuam nessa área (como minério de ferro, soja e açúcar) continuam a ser competitivas. A variação cambial vai influenciar apenas a rentabilidade das companhias. No caso dos manufaturados, o câmbio inibe a exportação, pois somos menos competitivos ? afirma Castro, para quem o patamar ideal do dólar é R$ 3,70.
A queda da moeda americana já vem tirando o fôlego dos exportadores ou de quem desejava estrear nesse mercado. Segundo dados da AEB, em janeiro, quando o dólar estava a R$ 4, 507 empresas que nunca tinham vendido para fora do Brasil colocaram os pés no mercado internacional. No mês seguinte, mais 525 empresas ingressaram na lista.
A partir de março, o número de novas empresas na lista de exportadores caiu. Foram 300 naquele mês, até chegar a 40 em julho. Ainda assim, o ano de 2016 será melhor que o de 2015 para as exportações brasileiras. O número total de empresas exportadoras, entre novas e que já estavam no mercado, soma 18.543 nos primeiros sete meses deste ano. Mais que o todo o ano de 2015 (16.629).
O movimento das importadoras vai na contramão. Em janeiro, 3.508 empresas deixaram de importar. Em julho, com o dólar mais alto, 114 abandonaram a importação.