Cotidiano

Dois homens são levados sob custódia pelo ataque no aeroporto de Orly

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PARIS, França ? Dois homens suspeitos do ataque no aeroporto de Orly no último sábado estão sob custódia e sendo interrogados desde segunda-feira devido a uma eventual participação no roubo de um revólver que muniu Ziyed Ben Belgacem, um francês de origem tunisiana que atacou militares antes de ser abatido, informou a agência de notícias AFP com base em uma fonte judicial.

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Os homens, com idades de 30 e 43 anos, foram alvo de mandados de busca desde domingo, quando foram identidicados com a ajuda de informações fornecidas aos investigadores, algumas inclusive via chamadas telefônicas, informou a fonte.

O homem mais novo é suspeito de ter entregue a arma para Ziyed Ben Belgacem, nos dias que precederam o fato, ao passo que o outro é suspeito de ter estado presente no momento da entrega. Diante das primeiras investigações, nenhum dos dois parece estar relacionado ao movimento islâmico radical, conforme informou uma fonte próxima da investigação.

Na segunda-feira, o homem de 30 anos foi parado em uma blitz devido ao consumo de bebida alcóolica, antes de ser levado sob custódia para investigação da promotoria antiterrorista a respeito dos fatos ocorridos em Orly, precisou a fonte.

O incidente fechou o segundo maior terminal aéreo francês e fez voos serem desviados, afetando 6 mil pessoas. Três mil foram retirados do local na hora.

O fato ocorreu por volta das 8h30m de sábado, perto de uma fila para check-in na zona de embarque. O suspeito Ziyed Ben Belgacem, 39 anos, conseguiu se esconder numa área reservada antes de entrar em confronto com forças de segurança e acabar baleado por dois militares.

No sábado, Belgacem apontou uma arma de chumbinho contra a cabeça de uma militar que fazia a segurança no aeroporto, enquanto gritava: ?Estou aqui para morrer em nome de Alá… Haverá mortes?. Dois soldados que presenciavam a cena atiraram contra ele, matando-o instantaneamente, enquanto Balgacem estava sob os efeitos de álcool e drogas.

Belgacem, de 39 anos, já fora preso várias vezes por roubo a mão armada e narcotráfico. Após os ataques terroristas de novembro de 2015 em Paris, chegou a ser investigado por suspeita de radicalização islâmica, mas não foi considerado um potencial terrorista, deixando de ser posto sob vigilância. O irmão e o primo do agressor continuam detidos.

A França se mantém desde 2015 em estado de emergência após os ataques coordenados que deixaram 130 mortos e foram reivindicados pelo Estado Islâmico. A Operação Sentinela, da qual faz parte o soldado que teve a arma roubada, foi colocada em andamento naquele ano como parte do decreto do presidente François Hollande.